
Após problemas com a utilização do cartão BOM escolar, mães e usuários do benefício têm novas reclamações. As queixas são, principalmente, de moradores do Conjunto Residencial Sitio Oratório, que fica na divisa entre Santo André e São Paulo, que, por causa da localização, precisam desembolsar R$ 200 por mês para frequentar a escola.
Embora o CEP (Código de Endereçamento Postal) da residência dos estudantes seja de São Paulo, o endereço do ponto de embarque é em Santo André e, segundo a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos), é por esse motivo que os requerimentos são negados. Mas os usuários questionam que, até ano passado, ainda utilizavam o benefício normalmente.
De acordo com as regras, para se tornar beneficiário, a EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) exige que o estudante embarque no ônibus em uma cidade e desembarque em outra, para cumprir com o trajeto intermunicipal. Para deslocamentos municipais, quem fica responsável por conceder o benefício é a SATrans.
Em contrapartida, a queixa dos alunos é que as linhas de ônibus disponibilizadas pela Prefeitura de Santo André para este trajeto não atendem as necessidades deles, uma vez que possuem pontos de embarque e desembarque muito longe dos destinos. “Com o transporte da EMTU (452/Jardim São Roberto) que eu usava normalmente até ano passado, eu desembarcava perto da escola, mas com o municipal (I-02/São Jorge) que nos indicaram preciso andar muito”, explica Nicolas de Souza, 15, estudante da Escola Estadual Amaral Wagner.
Distância
Para Vanessa Medeiros, que é mãe de outra aluna da mesma escola, o trajeto, além de distante da casa e da escola, é perigoso e inseguro, já que a filha percorre o local sozinha e à noite. “Tenho medo de deixar a minha filha voltar de noite, pois o trajeto é quase 30 minutos de caminhada e o local é perigoso”, relata. Vanessa conta que o gasto é elevado no orçamento da família. “Eu e meu marido temos de desembolsar R$ 200 por mês para a nossa filha ir à escola”, conta.
Resposta
Em nota, a Prefeitura de Santo André, por meio da SATrans, informa que há pontos de parada na rua Oratório, onde passam as seguintes linhas: 157, 173, 265, 027, 140, T24, 066, 027, 027EX1, 265 e I05 (municipal). Estes pontos de parada ficam a distância máxima de 500 metros da escola. Também esclarece que a SATrans realiza na cidade a pesquisa origem e destino, que tem como o objetivo otimizar as linhas de transporte municipal da cidade. Este local será inserido para a análise dos técnicos da autarquia.
Outro ponto que gerou dor a cabeça para as mães foi o pagamento da taxa cobrada para a requisição do cartão, que deixou de ser reembolsada caso o estudante não tenha direito ao passe livre. “Para piorar, não somos reembolsados quando o pedido do passe é indeferido. Não devolvem nosso dinheiro. A cada tentativa são R$ 22 menos no nosso bolso”, reclama a esteticista Elaine da Silva, 44, mãe de Nicolas.
Questionada sobre o motivo de não reembolsar a taxa, a EMTU não respondeu. Apenas informou que este ano o ressarcimento ocorre apenas em casos de pagamento em duplicidade ou em valor diferente do boleto. Ainda segundo a empresa, a taxa paga é revertida para o custeio do sistema responsável pela gestão do benefício, manutenção dos equipamentos, análise das requisições encaminhadas, postagem para as instituições de ensino e envelopamento dos cartões. (Colaboraram Ingrid Santos e Nathalie Oliveira).