Os casos confirmados de dengue voltaram a assustar na região. De janeiro a dezembro deste ano foram diagnosticadas pelo menos 1.588 vítimas da doença, 20 vezes mais do que o verificado no ano passado (78). O aumento de 1.935% pede atenção da população e do poder público, principalmente, diante do período de chuvas, propícias para proliferação do mosquito Aedes aegypti.
Da região o maior problema está em São Bernardo, com 453 infectados – 344 autóctones (casos contraídos no município) e 109 importados (contraídos fora da cidade) – contra 30 casos no ano passado. Na sequência aparece Santo André, com 351 confirmações (247 autóctones e 104 importados), variação de 2.407% diante dos 14 casos registrados em 2018.
Diadema teve 350 casos autóctones até dezembro, número 3.081% superior ao verificado no ano passado (11). Mauá chegou a 340 infectados (227 autóctones), cenário 3.300% pior que em 2018, quando houve 10 vítimas. São Caetano somou 72 ocorrências, variação de 620% em relação ao ano anterior (10) e Ribeirão Pires contabilizou 22 vítimas contra três em 2018. Rio Grande da Serra não informou.
Segundo Carlos Kiffer, infectologista do Hospital São Luiz, em São Caetano, é comum que os casos aumentem no verão por conta das chuvas. A proliferação da doença, segundo o médico, torna-se ainda maior por causa de residências e terrenos mal cuidados. “As larvas do inseto são muito resistentes, e em poucas semanas o mosquito se desenvolve e está pronto para picar”, explica.
Outras justificativas para o aumento dos índices são os períodos de “pico” da doença e circulação do sorotipo 2. “Em algumas épocas há picos mais fortes da doença, sem uma justificativa concreta”, comenta. Em relação ao sorotipo, o vírus tende a provocar casos clinicamente mais graves em pacientes já infectados pelo tipo 1. “Todos os tipos de dengue são causados pelo mesmo vírus, mas há variações e o risco está relacionado com a exposição”, afirma o infectologista.
Cuidados
A orientação para quem for viajar para lugares onde há maior incidência de mosquitos, como o litoral, é a utilização de repelentes e redes de proteção nas janelas. “O ideal é que as pessoas reforcem a proteção, principalmente, no fim da tarde, quando a fêmea levanta voo para deixar os ovos e procurar carne quente”, explica.
Para combater o problema, as equipes de vigilância epidemiológica reforçam atividades de conscientização e prevenção do mosquito Aedes aegypti, o transmissor da chikungunya, dengue, febre amarela e zika. Entre as ações realizadas estão visitas de casa em casa e locais com grande concentração de pessoas, como escolas, unidades de saúde, empresas, lojas e condomínios, além de estacionamentos desativados.
As secretarias e o Ministério da Saúde recomendam que a população redobre a atenção, esvazie locais que podem acumular água e permita a entrada de agentes de endemias e de saúde para que os imóveis sejam vistoriados e os proprietários orientados.