ABC - sábado , 18 de maio de 2024

Aos 120 anos, Pinheiros ratifica o seu DNA olímpico e mira sucesso em Tóquio-2020

O Clube Pinheiros completa 120 anos, neste sábado, consolidado como o principal formador de atletas olímpicos do Brasil. Com uma longa história esportiva, foi fundado em 7 de setembro de 1899 por jovens de origem alemã. Originalmente se chamava Sport Club Germania, mas mudou o nome por determinação do governo durante a Segunda Guerra Mundial, em 1942. Desde o princípio a prática esportiva esteve intrinsecamente ligada aos seus associados.

“O DNA de olimpismo do Pinheiros veio com os alemães. Quando vieram para o Brasil e fundaram o clube, com o time de futebol e equipes de atletismo e de remo, eles mostraram o amor que tinham pelo esporte olímpico. Isso foi passando de geração para geração”, afirma Arnaldo Pereira, diretor de Área de Esportes Olímpicos e Formação.

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O momento é propício para comemorações no clube. A delegação de 69 atletas do clube retornou dos Jogos Pan-Americanos com a melhor campanha da história, com 45 pódios, sendo 17 medalhas de ouro, 15 de prata e 13 de bronze. Isso deixa os profissionais do clube otimistas em aumentar a quantidade de medalhas olímpicas conquistadas pelo Pinheiros na história (12 no total) em Tóquio-2020.

“Das 17 medalhas de ouro que tivemos no Pan-Americano de Lima, espero que um terço delas vire pódio em Tóquio”, diz Arnaldo. Entre os mais cotados estão Rafael Silva (judô), Nathalie Moellhausen (esgrima), Marcelo Chierighini (natação), Arthur Nory e Chico Barretto (ginástica artística) e os revezamentos 4x100m da natação (livre) e do atletismo.

A ótima performance dos atletas do Pinheiros nos Jogos Pan-Americanos ajudaram também o Brasil a ter sua melhor campanha da história na competição. Jorge Bichara, diretor de esportes do Comitê Olímpico do Brasil (COB), elogia o trabalho feito pelo clube. “O Pinheiros desempenha historicamente um papel fundamental na formação e preparação de atletas olímpicos. É um modelo de sucesso, com infraestrutura adequada, investimento na qualidade e gestão profissional”, diz.

O Pinheiros vai além desse DNA olímpico. Segundo o presidente Ivan Castaldi Filho, o clube é sinônimo de esporte por essência. “Temos aproximadamente 70 modalidades, entre olímpicas ou não”, revela. Os bons resultados internacionais aumentam a fama do clube. “A gente fica orgulhoso e é uma justificativa para o dinheiro que o associado investe”, conta.

No último ciclo olímpico, por exemplo, o Pinheiros colocou mais de R$ 150 milhões do próprio clube no esporte. Somam-se a isso mais de R$ 43 milhões da Lei de Incentivo ao Esporte. “Esse programa abriga entre 300 e 350 atletas. E o clube investe dinheiro também do seu orçamento, do seu custeio, para formação e manutenção de equipes campeãs”, diz Arnaldo.

Cristiano Albino, técnico da ginástica artística, está no clube desde 1989, como atleta, e começou a trabalhar em 2000 como treinador. “Aqui se tem todo suporte necessário para que se conquiste grandes resultados. Estrutura necessária para trabalhar, com grupo multidisciplinar. Desde que comecei a trabalhar aqui, sempre foi melhorando cada vez mais. O Pinheiros investe nisso e dá o suporte necessário para a gente obter os melhores resultados.”

O investimento vai para todas as modalidades e a melhoria de equipamentos e infraestrutura é rotineira. Também existe busca por talentos em outros lugares e grandes revelações costumam entrar na mira. O processo de iniciação esportiva vai dos 4 aos 14 anos. Fernando Reis, do levantamento de peso, considerado o homem mais forte das Américas, começou lá quando era pequenininho.

Quem também tem história com o Pinheiros é Gustavo Guimarães, o Grummy, da seleção brasileira de polo aquático. Seu avô João Gonçalves Filho foi porta-bandeira do Brasil nos Jogos de 1968, na Cidade do México. “Eu nasci aqui dentro. Comecei com meu irmão bem novo aqui, é o clube mais olímpico do Brasil, tem estrutura, apoia o esporte, e isso faz com que a gente se motive mais.”

O importante papel do clube no esporte é reforçado por Heitor Shimbo, da esgrima, medalha de prata no Pan. Ele está no Pinheiros desde 2005. “O grande diferencial aqui é a capacidade de investir nos atletas de diferentes modalidades. Há uma mentalidade que favorece o investimento no esporte de alto rendimento. Há sempre melhorias nas condições de treinamento, novos equipamentos, fora a parte de comissão técnica, com psicólogo, preparador físico, entre outros.”

Aos 120 anos, o Pinheiros mira o futuro e espera se consolidar ainda mais como principal formador de atletas olímpicos. O clube que teve Manuel dos Santos, João do Pulo, Gustavo Borges e Cesar Cielo, entre outros, caminha para ajudar o Time Brasil nos Jogos de Tóquio. “Nós fizemos uma ampla pesquisa há dois anos e o que deu sobre esporte foi orgulho. O Pinheirense tem orgulho de seus atletas e medalhistas, e do espelho que eles são para os jovens”, conclui Arnaldo.

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