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Nesta quinta-feira (13), os católicos celebraram um dos santos mais populares do mundo: Santo Antonio. Muito além de fazer promessas e pedir ajuda ao santo casamenteiro, como é popularmente conhecido, os fiéis aproveitaram para agradecer as graças alcançadas e pedir fartura. No ABC, além das missas rezadas durante todo o dia, bênção e distribuição de pães, as paróquias de Santo Antonio realizaram quermesses.

Na Vila Alpina, em Santo André, o movimento começou cedo. Desde as 6h, fiéis já se dirigiam à igreja para participar das missas, receber bênçãos dos freis e doar ou retirar pães abençoados, tradição que relembra passagens bíblicas nas quais Deus teria enviado pão aos necessitados, sem deixar que lhes faltasse alimento. “O pão remete à multiplicação, justiça e caridade. É o pão a quem tem fome”, explica o frei Pedro Antonio Pereira. A expectativa era repetir os 30 mil pães distribuídos em 2018, fruto de doações. Segundo a crença popular, colocar um pedaço de pão de Santo Antonio em potes de mantimentos ajuda a não faltar comida.

Outra tradição no dia é o bolo, que esconde medalhinhas do santo. De acordo com a crença, quem encontra a medalha no doce se casa no ano seguinte. Com isso, este ano a paróquia contou com 8,5 mil pedaços de bolo, vendidos a R$ 5. A estimativa é que cerca de 10 mil fiéis passaram pela igreja nesta quinta-feira. “É um momento forte da vida cristã. Nesse momento de oração, celebramos também a unidade e a comunidade”, afirma Frei Pedro.

Com apenas 12 anos, Natália Ramos da Fonte Silva já participa da celebração há quatro e, desta vez, a colaboração foi para agradecer boas notas na escola. A estudante havia mudado de colégio e corria o risco de ficar em recuperação. “Mas eu não desisti. Rezei muito e só pensava ‘Santo Antônio vai me ajudar’, diz. O pai, Marcelo Antonio da Silva, também é devoto, cresceu na igreja, atua como voluntário há 35 anos e influenciou a filha. “É muito bom, a gente não vem esperando nenhuma recompensa, mas pela fé e por acreditar”, afirma Natália.

Também em família, José Abel Vieira e Denile Cardoso Vieira, pai e filha, contam que todo ano fazem doação de pães. Apesar da correria, afirmam que a família sempre dá um jeito de participar, mesmo que por alguns instantes, da celebração. “Quando eu não posso vir, vem minha esposa, junto com minha filha, enfim, sempre damos um jeito e, assim, mantemos a tradição”, afirma Vieira. “Temos fé, acreditamos que dessa maneira não nos falta nada”, completa Denile.

Quem também compareceu foi Andreia Lourenço, 47 anos, que está em semana de provas na faculdade, mas correu para garantir pedaços de bolo e pães que distribuirá para familiares. Crescida na Vila Alpina, afirma que a tradição é importante em casa, por isso fica responsável por retirar os pães e fazer a distribuição para quem não pode comparecer. “Acho muito importante porque, quando preciso é Santo Antonio que guia meus caminhos e me ajuda”, diz.

Casamento
Foi no Dia de Santo Antonio, em 2012, que Daniele Vallini, 44 anos, decidiu que pediria por um amor. “Desci do fretado aqui em frente à igreja, como faço todo ano, e disse ‘vou rezar para arrumar um namorado’, conta. Hoje, sete anos depois, a analista de logística, que também é voluntária na paróquia, planeja o casamento com o noivo, que conheceu em cinco meses depois de pedir ajuda do santo.

Outra história de amor influenciada por Santo Antonio foi o casamento de Osires Segalla, 78 anos, e Maria Lúcia Segalla, 70 anos. Fiéis, cresceram na igreja onde se conheceram e se casaram há 52 anos. Hoje, o casal ajuda na organização da quermesse. “Somos apaixonados por Santo Antonio […] é a nossa vida. Ele [Santo Antônio] nos ajuda muito, nunca nos falta nada”, completa Maria Lúcia.

Celebrações ocorreram em diversas paróquias

Em São Caetano, a Paróquia Santo Antônio atraiu cerca de 4 mil devotos, nas quatro missas do dia. Segundo Vanda Amaral, que faz parte da liturgia da igreja, foram distribuídos mais de 10 mil pães, também presentes nas 2,5 mil lembrancinhas entregues ao público na data, que incluiu o tradicional, a R$ 4 o pedaço. Todo o dinheiro arrecadado será usado na reforma do templo.

Na Paróquia Santo Antonio, bairro Battistini, em São Bernardo, mais de 1 mil devotos compareceram para agradecer o santo e pedir ajuda. Além de três missas, foram distribuídos cerca de 2 mil pães e preparado um bolo de 2,5 metros de comprimento para venda e arrecadação de recursos, destinados à compra de cestas básicas para mais de 100 famílias carentes do bairro.

Importante celebração foi na Paróquia de Santo Antônio do Arraial, em Santo André, que completou 60 anos de fundação completados em abril. Para comemorar o jubileu de diamante, a missa das 10h contou com a presença do Padre Enzo, à frente da igreja durante 23 anos, e que dividiu o momento com o padre Thiago. Além de uma procissão, a celebração teve mais três missas, distribuídos de 3,5 mil pães 20 Bolo de Santo Antônio, com 1 metro cada, e pedaços a R$ 3. “Todo o dinheiro é para reformas e ajudas sociais, como a dos Vicentinos que atende mais de 300 famílias carentes”, explica a ministra da eucaristia, Deyse Maria de Melo.

Quermesses
E ainda dá tempo de aproveitar as quermesses que acontecem na região. Em Santo André, as quermesses da Matriz e da Vila Alpina seguem até o dia 30, nos fins de semana. Na Catedral do Carmo, também em Santo André, na Paróquia Santíssima Virgem, em São Bernardo e na Igreja Bom Jesus de Piraporinha, em Diadema, as celebrações se estendem até 7 de julho. Em São Caetano, a quermesse da Sagrada Família vai só até domingo, dia 16. (Colaborou Fernando Scerveninas)