Saúde mental requer atenção e atendimento especializado

Dados da OMS – Organização Mundial da Saúde revelam que o suicídio é a 4ª principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. No Brasil, cerca de 11 mil pessoas tiram a própria vida por ano e, entre as principais causas para o crescimento desenfreado do índice negativo estão a ansiedade, depressão e estresse, transtornos mentais que acometem boa parte da população.

Em entrevista ao RDtv, a terapeuta ocupacional e médica da saúde e comunidade, Lumena Moraes Simões, explica que entre os principais desafios enfrentados pelos profissionais da área de saúde mental para a resolução e prevenção das doenças é, principalmente, a falta de seriedade e apoio da família e amigos com o paciente. “São problemas que sempre existiram, mas que quase não são abordados. Os números têm crescido a cada dia, e se não forem tratados, podem levar à morte”, afirma.

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A orientação da especialista é para que, em caso de sinais precoces como perda de interesse nas coisas que antes eram prazerosas, mudanças de humor, aborrecimento, vontade de se isolar, dificuldade de interação, euforia inexplicável, alterações do sono e da fome, os familiares e/ou amigos amparem a vítima e o encaminhem para a unidade de saúde mais próxima. “A identificação precoce dos sintomas de depressão ajuda a salvar vidas e evita ainda o adoecimento. Então, fiquem atentos aos 4D: depressão, desamparo, desesperança e desespero. São estes os maiores fatores que merecem o dobro de atenção”, orienta.

Na visão da médica, entre os principais gatilhos para o desenvolvimento destes transtornos estão a alta hostilização pública na internet e os conflitos internos. “Principalmente os adolescentes que estão na transição para a fase adulta, já passam por diversos problemas. Antigamente não se ouvia falar em bullying, hoje a exposição na internet está bem maior e em casos de exposição ou ‘chacotas’ surge a dúvida: a quem recorrer?”, explica a Lumena ao indicar ainda psicólogos, família e a rede de saúde pública como profissionais capacitados para o atendimento especializado.

Sobre os sintomas de eminência de suicídio e/ou depressão, a especialista elenca: coração acelerado, tremedeira, sensação de “bola na garganta”, perda de apetite, sono intenso ou insônia. Frases como “não aguento mais”, “queria sumir”, “quero morrer”, “quero dormir para sempre” também pedem alerta. “Se você ouvir um filho, parente ou amigo falar algo do tipo, preste atenção”, diz. O atendimento a essa vítima pode ser feito por profissionais da unidade básica de saúde mais próxima ou até mesmo pelo médico de família e comunidade, que trabalha não apenas em consultórios, mas também em residências. “Nestes locais, há uma equipe que sempre estará preparada para ajudar. O médico estará sempre disposto a escutar, tratar e ajudar a superar essa fase da vida”, garante Lumena.

Em situações de desespero ou atendimento anonimato, a pessoa pode recorrer ainda ao Centro de Valorização da Vida (CVV), canal direto e gratuito, via telefone 188, para qualquer tipo de angústia, aperto no peito e/ou transtorno psiquiátrico.

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