Aconteceu durante toda a tarde desta quarta-feira (29), no Fórum Criminal da Barra Funda, a primeira audiência do caso em que o ex-vereador de Diadema Manoel Eduardo Marinho, o Maninho (PT) e seu filho, Leandro Marinho, são acusados de tentativa de homicídio contra o empresário Carlos Alberto Bettoni. Durante os depoimentos, houve tumulto entre testemunhas de defesa e a vítima. Uma nova audiência será marcada para ouvir novas testemunhas e verificar se o julgamento será ou não com júri popular.
O tumulto aconteceu logo no primeiro depoimento, o de Bettoni, que estava acompanhado por sua esposa, Tereza Aguiar. Durante a fala, Tereza foi interpelada por uma testemunha de defesa não identificada pela segurança do local. Segundo relato da repórter Sabrina Fernanda, do jornal Diadema News, a troca de farpas ocorreu nos corredores do Fórum.
A senhora não identificada questionou Tereza. “Como você consegue dormir tranquila sabendo que tem dois inocentes na cadeia?”. Após a ação das seguranças os trabalhos seguiram normalmente.
Defesa e promotoria
O promotor de justiça Felipe Eduardo Levit Zilberman afirmou que a acusação de tentativa de homicídio é “bem clara”. “Empurrar alguém em direção a uma rua, sobretudo quando um caminhão está passando é assumir que pode acabar em morte que só não ocorreu, porque houve socorro de terceiros e o hospital era bem próximo”.
A defesa, representada pelo advogado Roberto Vasco Teixeira Leite, afirmou que é tudo uma “questão política” e questiona a gravidade das acusações. “Nós vimos testemunhas que disseram hoje que o senhor Manoel gritava para que a vítima fosse embora, ninguém que tem a intenção de matar alguém que pede que ele se retire antes”.
Indagado sobre o fato de Maninho e Leandro não terem prestado socorro à vítima, o jurista explicou que Vettoni se sentou quase imediatamente e foi conduzido ao hospital, o que fez com que os acusados deduzissem que o empresário já estava recebendo o socorro necessário.
Ainda não foi marcada uma nova data para as oitivas que vão ajudar a juíza Débora Faitarone a definir se o Maninho e Leandro vão ou não a júri popular. Além disso, a defesa de ambos tenta mudar a tipificação do crime de tentativa de homicídio para lesão corporal.
Relembrando
O caso ocorreu em abril, em frente a sede do Instituto Lula. Bettoni passava no local após a decisão de que o ex-presidente seria preso para cumprir pena por crimes revelados na operação Lava Jato. Após uma confusão, Maninho e Leandro bateram boca com o empresário, que foi afastado do local.
Após um último empurrão, Bettoni acabou batendo a cabeça em um para-choque de um caminhão que passava pelo local. O empresário teve traumatismo craniano. A prisão preventiva de Maninho e Leandro foi decretada, mas ambos só se apresentaram em maio. Desde então, estão detidos na penitenciária de Tremembé, no interior paulista.