Médicos residentes dão suporte a hospitais para se especializar

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Parte de hospitais públicos da região segue repleta de pacientes que chegam a esperar horas para receber atendimento. Para ajudar a desafogar esses estabelecimentos, as faculdades de medicina do ABC oferecem residência médica, modalidade de ensino destinada aos bacharéis, que querem se especializar em alguma área. Atualmente, 437 futuros especialistas atuam na rede pública da região, em pequenos procedimentos. Além de hospitais, os profissionais participam de mutirões, organizados pelas prefeituras, na prevenção de doenças, com ações de conscientização e exames gratuitos.

Em Santo André, o Centro Hospitalar Dr. Newton da Costa Brandão; Hospital Estadual Mário Covas; Hospital da Mulher Maria José dos Santos Stein; e o Centro de Saúde Escola do Parque Capuava são alguns hospitais-escola que prestam atendimento à população por meio de médicos residentes da Faculdade de Medicina do ABC (FMABC). Em São Bernardo, o atendimento é realizado no Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (CAISM), Hospital de Clínicas, Hospital Universitário (HMU) e Anchieta. Em São Caetano, os futuros especialistas trabalham no complexo Márcia Braido, hospital e maternidade.

Cirurgia plástica – Desde outubro de 2017, o programa da FMABC ampliou a gama de atendimentos. Os residentes da disciplina de cirurgia plástica exercem atendimento semanal a pacientes com deformidades craniofaciais na Fundação para o Estudo de Tratamento das Deformidades Craniofaciais (FUNCRAF), localizada na vila Euclides, em São Bernardo. O procedimento advém de um convênio assinado com a Comissão de Residência Médica (COREME), em setembro.

A meta da parceria é ampliar a área de ensino dos médicos e beneficiar os portadores de fissura labiopalatina, que necessitam de tratamento cirúrgico. Os médicos atendem no local às segundas-feiras, das 8h às 12h, sempre com supervisão de professor assistente da disciplina de Cirurgia Plástica da FMABC, Maurício Yoshida. O médico afirma que a principal vantagem é oferecer ao residente e ao paciente todo acompanhamento multidisciplinar com profissionais especializados. “Além disso, otorrinolaringologistas, pediatras, ortodontistas, odontopediatras, fonoaudiólogos e psicólogos estão envolvidos no procedimento”, comenta.

USCS utiliza 31 ligas acadêmicas no processo de formação do aluno 

A Universidade Municipal de São Caetano (USCS) ainda não possui alunos na residência médica porque os alunos das primeiras turmas estão no internato. O programa de integração comunitária insere todos os alunos na rede de saúde desde o primeiro semestre. As ligas acadêmicas envolvem cerca de 400 alunos. As 31 ligas são entidades formadas por alunos com uma demanda própria: interesse em alguma área da medicina. Para participar, os estudantes devem observar a comunidade e criar um projeto social que atenda alguma demanda da sociedade em que estão inseridos. Os alunos são orientados por médicos especialistas e, além de auxiliar os atendimentos nos ambulatórios do Hospital São Caetano, desenvolvem cursos de capacitação e atividades relacionadas aos projetos sociais.

Na visão da professora de Medicina da USCS, Rosi Achar, as ligas são extremamente importantes para a formação do estudante. “As diretrizes curriculares nacionais de graduação do curso de medicina têm o propósito de promover uma formação médica generalista, humanista, crítica e reflexiva com capacidade para atuar em diferentes níveis de atenção à saúde e com responsabilidade social e compromisso com a defesa da cidadania, dignidade humana e saúde integral da população”, diz. A atuação das ligas de medicina da USCS incrementa a formação deste perfil nos alunos envolvidos.

Algumas das ligas acadêmicas de medicina são das áreas de angiologia, cardiologia, cirurgia plástica, clínica médica, dermatologia, ginecologia e obstetrícia, infectologia, medicina integrativa, nefrologia, neonatologia, oftalmologia, ortopedia, pediatria, pneumologia e psiquiatria, entre outros. Cada liga possui 20 alunos, que auxiliam nos ambulatórios em pré-consultas e exames. Todos os alunos são supervisionados por médicos especialistas.