As vendas de imóveis usados tiveram a segunda queda consecutiva no Estado de São Paulo. Depois de recuarem 6,31% em maio comparado a abril, encolheram mais 4,55% em junho, segundo pesquisa feita com 1.049 imobiliárias de 37 cidades pelo Conselho Regional de Corretores de Imóveis do Estado de São Paulo (CRECISP).
A queda em junho ocorreu mesmo com uma redução média de 0,81% nos preços dos imóveis registrada pelo Índice Crecisp, indicador que mede o comportamento mensal dos aluguéis novos e dos preços de imóveis usados nessas 37 cidades em que a pesquisa é feita todo mês. De janeiro a junho, o índice acumula variação negativa de 3,47%.
“O momento favorece a compra, há oferta para todo tipo de necessidade ou desejo, mas o problema é que a renda das famílias encolheu com essa recessão que já dura três anos e o financiamento é quase uma miragem”, avalia José Augusto Viana Neto, presidente do CRECISP. “Se já estava difícil, agora a tendência é que piore”, acrescenta, referente à decisão da Caixa Econômica Federal (CEF) de reduzir o teto dos financiamentos imobiliários a partir de 17 de agosto.
A pesquisa constatou que 49,39% das vendas foram feitas à vista e 46,06% por meio de financiamento bancário. Houve ainda vendas financiadas diretamente pelos proprietários (3,94% do total) e por carta de crédito de consórcios (0,61%).
A queda de 4,55% nas vendas em junho comparada a maio foi consequência do mau desempenho em três das quatro regiões em que a pesquisa é feita: Capital (- 10,08%), Litoral (- 7,32%) e as cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco (- 3,45%). No Interior, houve aumento, de 1,6%.
Dos imóveis usados vendidos, 53,64% eram apartamentos e 45,36% eram casas. Os donos dos imóveis concederam descontos sobre os preços originalmente pedidos de 10,44% nos bairros de áreas nobres, de 8,11% nas regiões centrais e de 10,64% nos bairros de periferia.
Locação residencial
A locação de imóveis residenciais caiu 5,85% em junho. A preferência dos novos inquilinos recaiu sobre as casas, com 56,48% do total alugado. Os apartamentos representaram 43,52% do total.
Houve queda no número de locações em três das quatro regiões: Capital (- 6,54%), Interior (- 7,12%) e Litoral (- 17,19%). Nas cidades de Santo André, São Bernardo, São Caetano, Diadema, Guarulhos e Osasco o número de novas unidades que entraram no mercado cresceu 3,94%.
Os imóveis mais alugados em junho no Estado foram os de aluguel mensal até R$ 1.000,00, com 55,01% do total de novas locações. Para alugar suas casas e apartamentos, os proprietários concederam descontos médios sobre os valores inicialmente pedidos de 12,46% para os localizados em bairros nobres, de 11,5% para os das áreas centrais e de 11,88% para os de bairros de periferia.
A maioria desses imóveis – 71,71% do total – estava localizada em bairros centrais. O fiador foi a forma de garantia de pagamento dos aluguéis mais adotada nos novos contratos, com participação de 55,37% no total.
As imobiliárias pesquisadas pelo CRECISP receberam de volta um número de imóveis que representou 88,94% do total de novas locações. A pesquisa também constatou crescimento de 1,1% na inadimplência, que chegou em junho a 6,11% dos contratos em vigor nas imobiliárias contra 6,04% de maio.