Um dia após receber a negativa do Consórcio Intermunicipal Grande ABC sobre seu pedido de saída, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), afirmou nesta quinta-feira (4), que não aceitará pressões da entidade regional e que não fará novos pagamentos enquanto não resolver a questão. O verde também criticou ações da autarquia como o escritório em Brasília, e afirmou que o município não recebeu investimentos oriundos do Consórcio mesmo repassando cerca de R$ 30 milhões nos últimos anos.
O chefe do Executivo de Diadema reafirmou que o município não tem condições de pagar as dívidas com o Consórcio, que atualmente giram em torno de R$ 8 milhões – mesmo dividindo a mesma em 72 parcelas, e ao mesmo tempo fazer os repasses mensais de cerca de R$ 200 mil. A intenção de Michels é deixar a entidade para conseguir fazer o pagamento da dívida.
Michels considera que a verba repassada a cada mês pode ser usada em obras no município como a reforma de seis centros culturais, que podem passar por melhoras em seis meses, caso a verba estivesse disponível. “R$ 200 mil faz falta no hospital, na UBS, na educação”, afirmou.
Sobre a judicialização do caso, ou seja, a cobrança feita através do Judiciário, o verde não escondeu sua irritação com a possibilidade. “Ningém vai me forçar a pagar nada. Nem Orlando (Morando, PSDB, prefeito de São Bernardo e presidente do Consórcio), nem Fabio Palacio (secretário executivo da entidade regional). Segundo, o município tem autonomia”, disse Michels que considera que Morando está indo pelo “caminho errado”. (Confira o áudio completo da coletiva do prefeito de Diadema, abaixo)
Críticas
Michels nunca escondeu sua irritação em torno da falta de investimentos no município. Em entrevista ao canal RDtv, o verde afirmou que o município já repassou cerca de R$ 30 milhões ao Consórcio e que o mesmo valor não voltou para a cidade em obras. “Em 2013, foram prometidos R$ 130 milhões do PAC (Plano de Aceleração do Crescimento), mas não veio nem o vento disso. Só veio dinheiro para Rio Grande da Serra, onde o prefeito do PSDB (Gabriel Maranhão) declarou apoio à (então presidente da República) Dilma (Rousseff, PT)”, ressaltou.
Michels revelou ser contra a instalação de um escritório do Consórcio em Brasília, algo que será inaugurado em 28 de junho. E também fez outras críticas à gestão de Morando. “Não vou aceitar os R$ 10 milhões em verba de publicidade que fica só no papinho que vai cair a verba de publicidade. Eu não vou aceitar R$ 6 milhões em consultoria em escritório. Eu não vou aceitar nada”, afirmou.
Além disso, Lauro Michels afirmou que falou que mesmo na vice-presidência da entidade regional, não teve participação direta em nenhuma decisão direta do Consórcio, pois existia um “complô de prefeitos” que o impediu, algo que considera que aconteça neste momento. Mesmo assim não considera que está sofrendo com qualquer tipo de perseguição.