ABC - quinta-feira , 16 de maio de 2024

Colegas lamentam a morte de João Gilberto Noll e não poupam elogios à sua obra

A notícia da morte do escritor gaúcho João Gilberto Noll pegou o cenário literário brasileiro de surpresa. Noll morreu aos 70 anos nesta quarta-feira, 29 – as causas ainda não foram anunciadas.

Autor de quase duas dezenas de livros e vencedor de cinco Prêmios Jabuti, Noll ganhou notabilidade com trabalhos marcantes como “O Cego e a Dançarina”, “Hotel Atlântico” e “Harmada”.

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A reportagem colheu alguns depoimentos divulgados nas redes sociais:

“Fiquei sabendo da notícia quase agorinha mesmo. Não tenho muito o que dizer. Sou um leitor apaixonado e interessado pelas coisas que João Gilberto Noll escreveu. Estou meio amarrotado com a notícia da sua morte, que não sei mais o que dizer mesmo…”, disse Humberto Werneck, escritor e colunista do Caderno 2, do jornal O Estado de S. Paulo.

O escritor e jornalista José Castello também se manifestou: “Há dois meses, mais ou menos, eu escrevi um e-mail para ele reclamando que estava sumido, e pedindo que me desse notícias, que não ficasse tão desaparecido. Noll era assim; se você não escrevesse ou ligasse para ele, Noll não te procurava, não te dava notícias. Não era por maldade, por não gostar da gente. Era o jeito recolhido dele, da vida secreta que ele tinha, um cara introvertido. Depois, ele entrou em contato para dizer o seguinte: ‘Poxa, Castello, você me conhece há tantos anos, e ainda não se habituou com meu jeito’. Gostar de Noll era isso: habituar a gostar dessa vida esquiva que ele levava, desse mundo secreto de existir, como mesmo ele dizia. (…). Foi embora um gênio, que para mim era o maior narrador vivo da literatura brasileira, sem chance de comparação com ninguém.”

Suzana Amaral, cineasta e diretora de Hotel Atlântico, de 2009, filme adaptado da obra homônima de Noll, escreveu: “Lamento muito. (…) Tive dois encontros com ele, era um escritor que gostava muito. Eu procuro não ter muito contato com os escritores que vou adaptar, até porque faço do meu jeito, e o contato próximo com eles termina atrapalhando. Com Noll não foi diferente, ele não participou em nenhum momento do roteiro que fiz de Hotel Atlântico. Na segunda vez que nos encontramos foi para mostrar o filme pronto. Levei-o para ver o longa na pré-estreia. Ele ficou lá calado do meu lado, o tempo todo. No final, disse que foi a melhor coisa que fizeram de um livro seu. É meu melhor filme, gostei muito do que fiz da obra de João Gilberto Noll, que sabia criar belas histórias, uma perda grande.”

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