A falta de representantes da Metra e da EMTU (Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos) fez com a audiência pública para debater a cobrança da integração entre os ônibus municipais e o trólebus nos terminais de Diadema virasse um debate sobre o reajuste da tarifa municipal. O ato que ocorreu na Câmara, nesta segunda-feira (6), foi marcado por críticas ao prefeito Lauro Michels por parte da oposição e governistas falaram sobre cobranças as empresas responsáveis pelo transporte na cidade.
A justificativa da Metra para não mandar representantes para a audiência foi o fato da cobrança ou não da integração está judicializada. Em uma correspondência enviada ao Legislativo, a empresa considera que “não tem nada a dizer”, pois existe uma ação protocolada pelo presidente da Casa diademense, Marcos Michels (PSB), para impedir a tarifação.
A EMTU não enviou uma justificativa para não mandar representantes. A falta da diretoria da autarquia estadual causou surpresa a Marcos Michels. “Eu tinha mandado um assessor para falar com a direção da EMTU, estava tudo certo, mas eles não vieram. Assim ficamos sem os números, sem os dados para falar da integração”, disse o socialista em referência ao estudo sobre o número de passageiros e suas características na utilização dos terminais que foi feito em 2014, mas que até o momento não foi revelado como prometido na época.
“É uma demonstração de falta de respeito com o governo municipal, com o prefeito (Lauro Michels, PV), com a Câmara e principalmente com a população de Diadema que é explorada pela Metra e pela EMTU, não podemos admitir isso”, afirmou Josa Queiroz (PT).
O líder de governo, Célio Boi (PSB), chegou a dizer na tribuna que não teria problema em fazer uma manifestação mais “forte” para que não haja a integração”. “Se precisar quebrar o patrimônio público, vamos quebrar. Não tenho nenhum problema em responder esse tipo de processo”.
Debate municipal
Mesmo não sendo alvo, a princípio, da audiência pública, o reajuste da tarifa de ônibus em Diadema de R$ 3,80 para R$ 4 (para quem utiliza o bilhete eletrônico), R$ 4,20 (para quem paga em dinheiro) e R$ 4,30 (para o vale-transporte), acabou tomando conta dos debates e das perguntas dos munícipes no final do ato.
“Sei que não é o momento para falar disso, mas faz parte do mesmo assunto. Não podemos fugir do debate sobre o reajuste absurdo. Temos que lutar para que tenha essa revogação da tarifa”, disse Josa. Audair Leonel (PPS) chegou a dizer que Lauro Michels tinha se “acovardado” em não participar do debate e que esperava uma postura diferente do verde na audiência pública sobre o reajuste da tarifa, ainda sem data para acontecer.
Questionado sobre a diferença de preços para quem paga em dinheiro ou para quem usa o bilhete eletrônico, o secretário de Transportes, Lázaro Farias, afirmou que o Governo está realizando um plano para que diminua o número de assaltos nas linhas. Em 2016, foram 25 roubos. A Prefeitura vai realizar uma campanha para que mais pessoas adotem o cartão eletrônico. Atualmente, 30% dos usuários tem o cartão “SOU”.