O reajuste da tarifa de ônibus em Diadema de R$ 3,80 para R$ 4,20, em vigor desde o último fim de semana, foi o principal assunto durante a sessão da Câmara nesta quinta-feira (2).
Oposicionistas fizeram duras críticas ao prefeito Lauro Michels (PV) e afirmaram que o verde descumpriu promessa feita em protesto. Oposição propôs a criação de uma audiência pública para tentar revogar o aumento. Governistas justificam novo valor com o aumento de custos das empresas responsáveis pelo transporte público.
Durante uma hora,os vereadores debateram o assunto. A primeira crítica veio do líder do bloco de oposição (PT/PRB/PR), Josa Queiroz (PT), que afirmou que estava “surpreso” com o reajuste e relembrou o protesto que Michels comandou em janeiro contra a cobrança de integração entre as linhas municipais e as linhas de trólebus.
“O prefeito convocou uma mobilização e publicamente desafiou o governo do Estado em relação ao fim da integração gratuita nos terminais. Chamou vários vereadores que foram até lá e tudo mais e a agora no meio do carnaval, sem ninguém saber, aumenta a tarifa do transporte público. Porque ao invés de comprar a briga em relação a uma decisão do governo do Estado ele não briga por uma decisão que é dele?”, questionou o petista.
Na sequência o líder do bloco dos ex-aliados (PPS/DEM), Companheiro Sérgio (PPS), mostrou um vídeo onde trechos da manifestação de Michels foram relembrados. “Ele (Michels) prometeu que só iria dar o reajuste quando resolvesse a questão da integração, mas até agora nada foi resolvido e ele já aumentou a tarifa”.
O líder de governo, Célio Boi (PSB), afirmou que nenhum vereador era favorável ao aumento, mas que Diadema não poderia fazer diferente dos outros municípios da região. “O aumento está sendo dado nas sete cidades. Temos que lembrar aqui que Mauá deu o aumento, o prefeito (Atila Jacomussi, PSB) revogou e depois voltar atrás na decisão”, disse o socialista que chegou a informar que não havia reajustes há quatro anos, mas o último aumento da tarifa de ônibus ocorreu em janeiro de 2016, saindo de R$ 3,50 e chegando aos R$ 3,80.
O presidente da Câmara, Marcos Michels (PSB), usou como justificativa o aumento dos custos das empresas como diesel e o aumento salarial dos funcionários. Além disso, chefe do Legislativo relembrou o fim da ETCD (Empresa de Transportes Coletivos de Diadema). “Quando acabou a ETCD para que essas duas empresas (Benfica e Mobibrasil) entrassem, ninguém fez nada para que tarifa já ficasse mais baixa. Se fizessem, hoje teríamos uma tarifa mais barata”.
Os oposicionistas afirmaram que vão protocolar nesta sexta-feira (3), um pedido para fazer uma audiência pública para tentar barrar este reajuste. Ainda não existe uma data para o evento.