Questionado sobre as reclamações de moradores dos bairros Jardim Represa e Grande Alvarenga, sobre o aumento no Imposto Sobre Serviços (ISS), o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT), criticou os reclamantes sobre “as esfarrapadas desculpas” para não pagar os boletos enviados pela Prefeitura. O petista negou nesta terça-feira (8) que o reajuste foi feito por causa da derrota petista na cidade nas eleições.
“As pessoas receberam os esclarecimentos nas próprias notificações. Eu lamento que as pessoas busquem uma justificativa para não pagar, e que não paga sabe que não pagou. Se construir alguma coisa e sabe que tinha que pagar e não pagou, ele é sabedor de que é um devedor e que não pagou. Agora, as pessoas buscam as mais esfarrapadas desculpas para não efetuar um pagamento. Ninguém gosta de pagar multa, ninguém gosta de pagar imposto, mas ás vezes é necessário”, explicou.
Um grupo de moradores foi a Câmara na última segunda-feira (7), reclamar do fato e foram recebidos pelo vereador Julinho Fuzari (PPS) que prometeu entrar com um oficio pedindo esclarecimentos da Prefeitura e também houve a promessa de ajuda em um processo coletivo contra o Paço.
Marinho afirmou que caso um morador tenha alguma reclamação que entre com um recurso, mas considera que o ato também pode piorar a situação do reclamante.
“Se as pessoas acham que houve um valor exorbitante, elas têm um caminho único, entrar com o recurso. O fiscal irá visita-lo e irá constatar se é real. Pode ser que tenha? Pode ser. Não vou dizer que não, que não há nenhum risco. Tem um risco para os dois lados. Pode ser que tenha um erro e que tenha que diminuir, e pode ser que tenha um erro e que tenha que aumentar”, afirmou.
O prefeito também afirmou que o fato não foi causado pela derrota de seu então candidato a sucessão, Tarcísio Secoli (PT). E que o aumento seria dado mesmo com uma vitória de Alex Manente (PPS) ou de Orlando Morando (PSDB), como aconteceu.
“O gestor tem a obrigação de fazer, eu tenho a obrigação de lançar e o planejamento estava dado. No planejamento da receita da cidade, independente do resultado eleitoral. Tem gente falando que é castigo, não tem nada a ver. Se fosse Tarcísio, Alex ou Orlando seria lançado, porque eu tenho responsabilidade no orçamento deste ano e do ano que vem. No ano que vem o orçamento não é de total responsabilidade do próximo prefeito, é responsabilidade minha, também. A responsabilidade com a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), responsabilidade de não abrir mão de receitas, renúncia de receita da improbidade administrativa. Então, nós temos responsabilidade. Quem não tem responsabilidade fica fácil fazer esse discurso, mas governar é o ato de agradar e desagradar. Nesse caso, eu gosto de aumentar imposto? Claro que não. Mas a cidade sobrevive sem imposto? É claro que não e o gestor tem obrigação”, concluiu.
Câmara
Enquanto Luiz Marinho (PT) dava explicações na Prefeitura, os vereadores Tião Mateus, José Cloves e Antônio Carlos da Silva, o Toninho da Lanchonete (PT), davam explicações a moradores na entrada da Câmara.
O aumento da alíquota do ISS aumentou de 2,5% para 5% para a construção civil. Fato que foi aprovado na Câmara em 2014.