A Construtora Lorenzini completou 60 anos com trajetória que se mistura à própria verticalização de São Caetano. Dos 150 empreendimentos comerciais e residenciais materializados em seis décadas de história, metade está concentrada no município onde a empresa está sediada e outra metade principalmente entre cidades da região e a Capital.
A tradição expressa em mais de 1,6 milhão m² construídos – quantidade superior à soma de mais de 300 campos oficiais de futebol – é espécie de salvaguarda em momento de tormenta econômica.
A solidez permite à Lorenzini passar sem grande aperto financeiro pelo deserto macroeconômico representado por mais de 100 unidades de apartamento em estoque. Trata-se do montante mais elevado já presenciado pelo diretor executivo Marcos Lorenzini, filho do fundador José João Lorenzini. “O setor da construção civil esfriou acentuadamente depois de passar por um período de superaquecimento nos últimos anos. O resultado deste choque é o maior estoque da história da empresa”, explica o representante da segunda geração familiar no comando dos negócios.
A Lorenzini tem atualmente sete empreendimentos em construção. Isso significa que o nível de estoque deverá se elevar ainda mais caso a situação econômica continue deprimida, conforme observação cautelosa do próprio diretor executivo. “A construção civil é o último setor a sair de uma crise econômica e o primeiro a sentir seus efeitos, pois é altamente suscetível ao aumento dos juros, ao aperto do crédito e à queda da confiança dos consumidores na economia como um todo”, considera.
Mas a Lorenzini dispõe de oxigênio suplementar para enfrentar o mar revolto sem perder o fôlego, graças ao que pode ser chamado de autossustentabilidade financeira. “Sempre operamos exclusivamente com recursos próprios, de modo que as finanças da construtora não ficam expostas ao aumento do custo do crédito, fator complicador quando combinado ao efeito de baixa nas vendas”, destaca.
DNA
Credibilidade auferida por entregar empreendimentos sempre no prazo estipulado, com raras exceções justificadas por alterações posteriores de projeto, por exemplo, é algo que também ajuda em momentos difíceis. Bem como o foco corporativo ajustado ao mercado privado, outra característica no DNA da empresa, sediada na rua Amazonas, no centro de São Caetano.
Diferentemente de empresas que fazem de entes governamentais sua moeda da sorte, a Lorenzini historicamente não atua com obras públicas. “É outro universo, com peculiaridades e tratativas diferentes”, diz Marcos, que representa o conselho de Administração com as irmãs Márcia Hernandez e Leila Lorenzini.