
Os operários da Pirelli realizam nesta sexta-feira (24), às 10h, plebiscito que definirá se a greve, iniciada na segunda-feira (20), continuará na próxima semana ou terá fim. A votação foi marcada porque os funcionários não entraram em acordo; um grupo chegou a entrar na fábrica nesta quinta-feira, enquanto o restante dos grevistas ficou na frente do portão da empresa.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Borracheiros da Grande São Paulo e Região, Marcio Ferreira, devem ocorrer conversas com a Pirelli antes da votação. “Era para acontecer uma assembleia dos trabalhadores, mas as divergências culminaram na decisão de votar”, disse.
A última contraproposta da fábrica de pneus cogitava aumento de 10% do piso salarial, para ser aplicado em janeiro do ano que vem, e equiparação salarial do setor. A empresa já defendia 7,5% de reajuste a ser aplicado somente em janeiro de 2017, relativo ao ano de 2016; os funcionários almejam reajuste de 9,83%. Também é solicitado, pelo Sintrabor, aumento real do salário em 3%. Outro motivo de divergência é o valor da Participação nos Lucros e Resultados (PLR); a Pirelli oferece R$ 7 mil ao ano e a categoria reivindica R$ 13 mil.
Até o fechamento desta matéria, a Pirelli não enviou novo comunicado. A última informação divulgada pela empresa está na seguinte nota: “A proposta de reajuste salarial apresentada pela Pirelli já foi aprovada pelos funcionários de Campinas (SP) e Gravataí (RS), duas das quatro fábricas instaladas no Brasil. A empresa propôs ao Sindicato um aumento salarial tendo em vista o bem do trabalhador, apesar de representar um desafio para a empresa por conta do difícil cenário econômico nacional – com um decréscimo do PIB pelo segundo ano consecutivo ao redor de 4% – e do prolongado andamento negativo do setor automotivo e do mercado de pneus, que estão afetando o desempenho da empresa no País”.