Ary Fontoura relembra início de carreira como cantor de cabaré: ‘Cometi essa gafe’

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Ary Fontoura está com 83 anos, mas aposentadoria é uma coisa que nem passa por sua cabeça. Com vários papéis memoráveis na telinha, o ator que vive Quinzinho em Êta Mundo Bom! já encarou outras profissões, como engraxate e até cantor de cabaré. “Cometi essa gafe no início da minha carreira, quando eu estava em dúvida se eu podia ser um cantor”, conta ele nosbastidores do Domingão do Faustão.

Ary como Quinzinho (Foto: Estevam Avellar/TV Globo)
Nascido em Curitiba, ele explica que a capital do Paraná tinha poucos habitantes na época, por isso era preciso abraçar todas as oportunidades que surgiam. “Sempre tive uma vontade intensa de representar, sempre fui meio exibido, aí eu resolvi cantar. As pessoas diziam que eu cantava bem e comecei”, disse. Até hoje, Ary solta a voz no chuveiro e também para um público restrito. “Tem pessoas bondosas que escutam e até acreditam que eu sou um pouquinho afinado”, brinca.

Mas não demorou muito para que ele descobrisse que o lado ator era muito mais forte que o cantor. Com 60 anos de carreira, Ary tem orgulho da sua história e nunca fez planos para viver qualquer personagem: “Sempre fui fatalista.  Para mim, o futuro é basicamente hoje. Nunca tive esse sonho de realizar alguma coisa, nem no teatro, nem na televisão e nem no cinema. Qual foi o resultado brilhante disso tudo? Nunca me decepcionei com a minha profissão. Eu fiz tudo o que eu quis e ainda estou fazendo”.

E é vivendo a vida com foco no presente que Ary comemora mais um papel de sucesso na TV, em sua sétima parceria com Walcyr Carrasco. Os dois se conheceram em Sítio do Pica Pau Amarelo e trabalharam juntos em novelas como Chocolate com Pimenta, Morde e Assopra e Caras & Bocas. Para o ator, o segredo de Walcyr é que ele sabe exatamente o que o público quer assistir. “É uma linguagem diferente, uma comédia, é muito leve e tem conflitos básicos. Essa família buscapé do sertão brasileiro é divertidíssima e o elenco muito bem escolhido”, elogia.

Com essa empolgação para a rotina de gravações na pele de Quinzinho, parar nem passa pela cabeça de Ary. “Acho que a gente não para porque quer. Tem alguém que para a gente e um dia isso acontecerá inevitavelmente, mas por enquanto eu não quero isso.”