“Meu IPTU do ano, não paga dois meses de salário dos funcionários. Se esse ano for igual a 2015, eu vou levantar as mãos para o céu. Se for pior, eu não sei onde vão parar as prefeituras”, foi assim que o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), resolveu exemplificar as consequências da crise econômica nas contas do Executivo. O verde também voltou a reclamar do atraso nos repasses do Governo Federal e da burocracia para a liberação de verbas oriundas de emendas de deputados. As declarações foram feitas após evento na sede da Prefeitura, nessa sexta-feira (19).
Michels não falou sobre quanto arrecadou até o momento com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), mas revelou que gasta mensalmente R$ 50 milhões para arcar com o salário de 7.800 funcionários da Prefeitura de Diadema. Até em relação aos servidores, afirmou que não pretende fazer “loucuras” sobre os pagamentos. Sem dar nomes, criticou atitudes de outros prefeitos.
“Não vou falar que vou dar aumento de 18%. Tem gestor que disse que vai dar aumento e nem pagou o salário do ano passado ainda. Isso é uma pedalada fiscal, pois se perder a eleição, o próximo que vier vai ter que ficar com o rombo e eu não vou fazer isso aqui”, afirmou o chefe do Paço diademense.
Acompanhado da secretaria de Assistência Social e Cidadania (SASC), Regina Gonçalves (PV), o prefeito reclamou da burocracia para conseguir receber as emendas dos deputados estaduais e federais. No evento de hoje, Michels fez a entrega de quatro carros que serão usados pela SASC e que estavam destinados desde 2009, primeiro ano da gestão de Mário Reali (PT). A demora aconteceu por causa de problemas com a Certidão Negativa de Débito (CND) e a Certidão de Regularidade Previdenciária (CRP), está última por causa de problemas junto ao Instituto de Previdência de Diadema (Ipred). Além de problemas do convênio realizado junto ao Governo Estadual.
Lauro Michels aproveitou para fazer novas críticas ao Governo Federal, principalmente sobre os problemas para receber os recursos que foram prometidos ao Município. “ Tudo é um problema de ‘burrocracia’ nesse país. Não é burocracia, é ‘burrocracia’, principalmente por parte do Governo Federal. Recursos do PAC, os prefeitos não recebem desde outubro, é uma vergonha. Hoje nós pagamos o campo Soccer Grass, depositamos R$ 400 mil, que é o campo da Vila Alice. Estamos fazendo um esforço para que possamos resolver esses problemas financeiros que é de competência da União que deveria passar os recursos, mas é muito fácil empurrar para a cidade e falar para que a cidade pague”.
Segundo Regina Gonçalves, alguns dos programas sociais como o Pró-Jovem (antigo Adolescente Aprediz) e a Bolsa Transporte, estão sendo bancados apenas pelo Executivo Municipal. “ Quando a crise econômica chega tem o desemprego e a Secretaria que atende o desempregado e a família desse desempregado é a própria SASC. No momento em que vamos ter um aumento de demanda, pelo que estamos projetando, estamos sofrendo uma retração de receitas. O Governo Federal está sem depositar os seus recursos em relação aos seus recursos no que diz respeito ao desenvolvimento social, há oito meses, então o que nós estamos conseguindo fazer demonstra uma seriedade de gestão”, explicou a chefe da pasta.