ABC - segunda-feira , 20 de maio de 2024

Mocidade Alegre celebra as origens do samba no Anhembi

Vice-campeã em 2015, a Mocidade Alegre aposta nas heranças afro-brasileiras para celebrar Ayo, considerado por povos africanos como o deus do ritmo. Mais do que a busca pela vitória, a escola promete levantar o Anhembi com um enredo intenso, que ainda passeia pela história do estilo musical, tema que também foi explorado pela Unidos do Peruche, primeira a desfilar na segunda noite de desfiles.

A escola vai à África antiga para contar as origens do samba. Lá, Ayo é libertado por Xangô e outros quatro deuses africanos o conduzem para o Brasil, onde o ritmo é apresentado e cultuado.

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Em terras brasileiras, o enredo da Mocidade passa pela Bahia e a histórica Praça Onze, mas também não se esquece de sambas históricos, como “A Voz do Morro” e “Pelo Telefone”.
“Este enredo combina muito com nossa escola e tem um grande elo com a nossa própria história”, afirmou a presidente da Mocidade Alegre, Solange Cruz Bichara.

A Mocidade Alegre foi fundada em 1967 e já venceu 11 carnavais. Em 2015, a escola ficou em segundo lugar com uma homenagem à atriz Marília Pêra. A rainha de bateria é Aline Oliveira.

Samba-enredo: ‘Ayo – A alma ancestral do samba’

Ôôôô… É a força de Ayo
No Ylê da Mocidade o samba chegou!
Ecoa o batuque do tambor
Kaô, Kaô meu pai Xangô
Kaô, Kabecilê Xangô
Com seu oxé, o poder do trovão
Liberta a força que emana energia e vibração
O corpo balança, a pele arrepia
A alma revela, o som contagia
Oyá… Seus ventos que sopraram pelo ar… Eparrei Oyá!
Na revoada encontra o novo mundo
E matizado com as cores desse chão
Salve a negra herança viva da nação
O batuque vem da Bahia… Tem axé
Espalhado na magia que vem de Oxumaré
Na Praça Onze, um canto livre no ar
Abre a roda pro samba
Tia Ciata mandou chamar
Em cada canto, profano ou sagrado
É transformado pelas mãos de Omolú
“A Voz do Morro” sou eu mesmo, sim senhor!
“Pelo Telefone” o Brasil revelou: “Eu sou o samba!”
Com a luz e a proteção de Ogum Guerreiro
Sou a nobreza que invade os terreiros
Eternizado em cada coração
E quando cresci fiz escola
Sou raiz, tenho história
E o povo aclamou

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