Aumenta desemprego e custo de vida no ABC

Isso se reflete na redução do salário médio dos trabalhadores, que variou, no mesmo período, de R$ 2.215 para R$ 2.116 (Foto: Fotos Públicas)

Pesquisas realizadas pelo Observatório Econômico da Universidade Metodista apontam para um cenário econômico negativo na região. O desemprego variou, entre dezembro de 2014 e junho de 2015, de 10,9% para 13%. Isso se reflete na redução do salário médio dos trabalhadores, que variou, no mesmo período, de R$ 2.215 para R$ 2.116. Assim, o custo de vida sofre considerável aumento. Em junho, o valor da cesta básica foi R$ 490,2, 10,95% a mais que o valor pago em junho de 2014.

O professor Sandro Maskio, responsável pela pesquisa, informa que a região perdeu 22 mil vagas de empregos formais. Segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada pela Fundação Seade em parceria com o Dieese e Consórcio Intermunicipal, o desemprego observado no 1º semestre foi maior que nos dois anos anteriores. A queda de empregos está especialmente ligada à baixa produtividade da indústria. 

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“Isso preocupa porque causa também uma queda na qualidade dos empregos”, explica o professor. O setor produtivo tem remuneração média de R$ 3.518, enquanto no setor de serviços é de R$ 1.938 e no comércio de R$ 1.727. Sandro Maskio informa que 40% da massa de salário na região vêm do setor industrial.

“As demissões, porém, já são sentidas no comércio, o que indica o tamanho da extensão da crise”, analisa o professor. As demissões e a consequente redução das massas salariais justificariam, assim, a retração na economia da região. “Ainda não é possível estipular um dado concreto, uma porcentagem, mas a expectativa é de que o PIB diminua este ano”, explica o professor.

Apesar da PED indicar que entre junho e julho 2015 a taxa de desemprego caiu de 13% para 12,7%, o que foi ocasionado especialmente pela oferta de empregos no setor de serviços, ainda não se pode dizer que há uma reação do mercado ante à crise. “Para saber se há reação, é preciso analisar um período histórico maior. Esses tipos de redução do desemprego podem ser sazonais”, esclarece.

Balança comercial

Um ponto que pode ser considerado positivo é o fato de o ABC fechar o primeiro semestre com a balança comercial favorável. O superávit nesse período é de US$ 159 milhões. Segundo a pesquisa do Observatório Econômico, os primeiros seis meses do ano apresentaram elevações nas exportações de carro e de caminhões, com aumentos respectivos de 79% e 21%.

“Mas isso não quer dizer que a economia está em pleno vigor e diversificada”, explica o professor Sandro Maskio. Esse quadro seria, sim, um reflexo da crise. “As empresas estão exportando mais para acabar com seus estoques, mas a produção continua baixa, as demissões devem continuar nas indústrias. As importações diminuíram porque estão mais caras”, pondera o professor.

 

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