Criado em 2021, o Estatuto da Pessoa com Câncer regulamenta e organiza princípios, regras, propostas, informações, além de deixar claro o que é o atendimento ideal para pacientes oncológicos. Para o médico Oncologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Daniel Cubero, apesar da importância, o estatuto funciona melhor para os gestores.
“Embora seja um avanço para a população em geral, o estatuto é um ponto de partida importante, mas que cada item deveria ser melhor trabalhado em novas leis e propostas”, defende. Segundo Cuberto, três pontos são fundamentais no tratamento oncológico: a prevenção, o diagnóstico precoce, e o tratamento em si. Deste tripé, “o diagnóstico é o elo mais sensível, pois sem ele a doença avança mais rapidamente”, aponta o oncologista.
Campanhas de conscientização
Sobre a eficácia das campanhas de conscientização contra os cânceres de mama e próstata, como Outubro Rosa e Novembro Azul, o especialista acredita que sirvam somente como lembretes para a população: “são ótimas do ponto de vista educativo, mas péssimas do ponto de vista de eficiência”, afirma. De acordo com o oncologista, esses tipos de movimento geram demanda de um único exame durante um mês especifico, mas acaba que o sistema não comporta esses picos.
Apesar disso, o especialista reitera sobre o impacto do estatuto, nos locais onde trabalha, por exemplo: “por isso digo que avançamos, mas estamos longe do ponto ideal”, pondera. Para Cubero, daqui para frente as conversas deveriam ser ampliadas em torno do estatuto para “alcançar avanços mais importantes”, defende.