A maioria das cidades do ABC já recebeu novos lotes da vacina Astrazeneca contra a covid-19. Depois de vários dias sem o imunizante e aplicando a vacina da Pfizer, no lugar de quem precisava tomar a segunda dose, agora as prefeituras já voltam a aplicar a vacina que vem da Fiocruz, no Rio de Janeiro. A Fiocruz informou que entregou 1,5 milhão de doses ao Ministério da Saúde e deve fazer uma nova remessa de 2,1 mil doses na sexta-feira (24/09), totalizando 4,6 milhões de doses na semana.
A maior parte da região já sentia a falta da Astrazeneca e ministrava a Pfizer como dose complementar. Em cerca de 70% das cidades no Estado houve falta do imunizante da Fiocruz. A Secretaria de Saúde informou que novo carregamento da Astrazeneca chegou ao Estado e já foi distribuído. “Novos lotes da vacina já estão sendo distribuídos aos municípios para vacinação dos públicos vigentes, em conformidade com o calendário do Plano Estadual de Imunização (PEI). A cidade de São Paulo, por exemplo, recebeu hoje (22/09) mais de 831,4 mil doses da vacina contra a covid-19, sendo mais de 212,4 mil doses da Astrazeneca”, disse em nota enviada ao RD.
O Comitê Científico do Estado autorizou, durante a falta da Astrazeneca, a imunização com a vacina da Pfizer, o que as prefeituras do ABC seguiram. “Em virtude da indisponibilidade deste imunizante em semanas anteriores, a intercambialidade com a vacina da Pfizer foi chancelada pelo Comitê Científico do Estado, que embasou a decisão em estudos da OMS (Organização Mundial de Saúde) e orientações do próprio Ministério da Saúde. A orientação também foi aprovada em deliberação com o Conselho dos Secretários Municipais de Saúde de São Paulo (Cosems)”.
O pneumologista e professor da Faculdade de Medicina do ABC, Elie Fiss, diz que não há problema algum na troca de vacinas entre Astrazeneca e Pfizer e que, ao contrário, há uma resposta imunológica ainda melhor quando o indivíduo toma uma dose de cada imunizante. “Não tem problema nenhum em complementar a Astrazeneca com Pfizer, muito pelo contrário, alguns estudos mostram que o nível de anticorpos é até maior, então não tem absolutamente nenhum problema, é até bom”, reforça.
Ribeirão Pires confirmou o recebimento na tarde desta quarta-feira (22/9) de lote da Astrazeneca. “A Secretaria de Saúde seguiu a determinação do Estado de São Paulo que, na falta da segunda dose da Astrazeneca, recomendou a utilização do imunizante da Pfizer. Com as novas remessas recebidas, a cidade volta a aplicar normalmente a segunda dose da Astrazeneca nos munícipes que já estão com as datas pré-estabelecidas”, relatou a Prefeitura.
Em São Caetano a vacinação de terça a sexta-feira desta semana é feita com imunizante Pfizer, porque a Prefeitura não havia recebido doses da Astrazeneca. A administração disse, porém, que tem previsão de chegada do novo lote nos próximos dias.
Diadema também adotou a intercambialidade com a Pfizer por falta da Astrazeneca. Da mesma forma fez São Bernardo, que estava sem esta marca de vacina, mas na tarde desta quarta-feira (22/09) recebeu mais doses.
Sem falta
Mauá informou que não registrou falta de qualquer uma das vacinas. “Desde o início da campanha de vacinação contra a covid-19, Mauá não registrou falta de imunizantes. Atualmente o município vacina com a primeira dose os jovens de 12 a 17 anos, e com a dose de reforço os idosos com 75 anos ou mais, imunossuprimidos acima de 18 anos e pacientes internados em ILPIs (Instituições de Longa Permanência) e acamados. Também antecipou a segunda dose das pessoas com data marcada até 15/10. O município já aplicou 524.115 vacinas”, detalha.
Santo André também sustentou que não chegou a ficar sem Astrazeneca. Rio Grande da Serra não respondeu aos questionamentos.