A última quarta-feira (15/9) era para ter sido de um dia feliz para a população transexual do ABC, motivada pela entrega do 1º Ambulatório Trans da região, este instalado em Diadema. Mas, ao contrário disso, mais uma mulher transgênera foi vítima da crueldade social e, no dia de inauguração do equipamento público, Wandy Uchôa, de 22 anos, diz ter sido desrespeitada socialmente com ataques transfóbicos.
A estudante de Recursos Humanos relatou, via rede social, que esteve no Quarteirão da Saúde na noite da última terça-feira (15), após sofrer um acidente de moto. Assim que foi chamada para atendimento, ainda na sala de espera, a médica a chamou de Anderson. “Logo quando entrei na sala, já repreendi e disse que na folha constava meu nome social. Ainda assim ela não parou, chamou outras vezes e ainda falou de mim para meu namorado utilizando ‘ele’, um desrespeito”, diz.
Em vídeo, Wandy relata que a médica ainda se recusou a atender a paciente ao citar que se sentiu “constrangida” com o ocorrido. “Ela que está constrangida? […] Toda vez que venho para o Quarteirão da Saúde passo por isso, não temos o mínimo de dignidade sequer no atendimento, não respeitam nossos direitos”, diz ao citar que, por se tratar de um equipamento público e, atrelado ao lançamento do Ambulatório Trans no ABC, se faz necessário que o poder público tenha mais atenção quanto à população.
Ainda nas redes sociais, a população pede maior respeito à diversidade e ações efetivas para as minorias sociais. “Faltou totalmente um preparo, né?” Não adianta nada inaugurar a iniciativa e não preparar os profissionais”, disse uma internauta. Outra ainda enfatiza: “transfobia não é falta de educação, é crime”.
Em nota, a Prefeitura de Diadema diz lamentar o ocorrido no Pronto Socorro Central e enfatiza que “está tomando as medidas para esse tipo de situação não volte a ocorrer”. Segundo a administração, tanto a coordenadora do Ambulatório DiaTrans com o coordenador de Políticas de Cidadania e Diversidades LGBTI+ estão tentando contato telefônico para dar orientações e todo suporte à Wandy Uchôa.
“A gestão repudia qualquer ato de racismo, preconceito, discriminação ou transfobia e vem trabalhando para criar políticas públicas e ações que visem proteger as minorias, tanto que inaugurou o primeiro Ambulatório de Saúde Integral da População de Travestis e Transexuais de Diadema e do ABC. Também tem previsto um ciclo de sensibilização sobre o tema com os profissionais da saúde”, disse em nota.