A Escola Estadual Farid Eid, localizada no bairro Represa, em Ribeirão Pires, retomou as aulas presenciais na última segunda-feira (10/05). No entanto, a medida foi marcada por críticas e denúncias por parte dos professores e profissionais da área, que alegam desrespeito com a categoria, uma vez que nem todos chegaram a receber a 2ª dose da vacina contra a covid-19.
Uma das professoras da escola, que preferiu não ser identificada, conta que chegou a receber a primeira dose da vacina contra a covid-19, mas ainda não deu tempo de receber o reforço do imunizante. “Tomei a vacina porque tenho mais de 47 anos, mas ainda não deu tempo de receber a 2ª dose, mas já convocaram para voltar presencialmente para a escola. Estão colocando nossas vidas em risco”, reclama.
Segundo ela, pelo menos outras quatro funcionárias da escola se encontram na mesma situação, todas possuem mais de 47 anos de idade e estão atuando presencialmente na escola desde a última segunda-feira (10/05). “Outras três colegas com mais de 50 anos, que atuam comigo, estão sendo obrigadas a ir trabalhar presencialmente, além da vice-diretora”, relata.
O comunicado sobre a volta às atividades presenciais na Farid Eid chegou para os pais via redes sociais e de acordo com a publicação oficial, a escola mantém as aulas tanto no ensino remoto quanto no presencial, com atividades das 7h às 12h35. A lista dos alunos participantes das aulas presenciais pode ser conferida pelo whatsapp da escola, e é aconselhado que cada aluno leve sua garrafa de água e máscara de proteção.
Questionada sobre o retorno às atividades presenciais, a Secretaria de Educação do Estado informa que o retorno da rede estadual não está condicionado à vacinação dos profissionais da Educação. “Conforme decreto 65.384/2020, as escolas podem permanecer abertas em todas as fases do Plano São Paulo”, diz.
A Seduc SP ressalta que, todos os profissionais com comorbidades seguem em trabalho remoto e, os demais, em escalonamento nas unidades escolares para atender até 35% dos alunos em situação de vulnerabilidade social, conforme prevê o Plano SP no citado decreto.
Em entrevista ao RD, o pneumologista Elie Fiss, que é também professor titular da Faculdade de Medicina do ABC, explica que já na primeira dose, tanto a Coronavac quanto a Astrazeneca garantem determinada imunidade para o corpo humano. No entanto, para evitar a contaminação e transmissão da doença, é necessário que as escolas adotem critérios de distanciamento social e higiene. “O retorno presencial já está ocorrendo há meses, em diversas áreas. Acontece que estes locais precisam estar preparados para que o mesmo ocorra”, diz.
A orientação do médico é que os profissionais da educação avaliem se as escolas estão seguindo os critérios de segurança, antes mesmo de voltar para o formato presencial. “Ainda que os profissionais tenham recebido só a primeira dose, a orientação é que verifiquem se a escola adotou os critérios de segurança e higiene. Se sim, se houver um retorno seguro, é possível fazer o retorno aos poucos”, salienta ao lembrar do uso da máscara de proteção e da adesão do distanciamento social.