Após o início da pandemia, os registros de denúncias feitas presencialmente na Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santo André tiveram queda de 25% a 30%, segundo a delegada titular, Adrianne Mayer, que afirma que o declínio já era esperado devido as medidas de isolamento social. Em contrapartida, as denúncias feitas pela central eletrônica desenvolvida pela Polícia Civil e através do 180 são crescentes, o que gera alerta para o aumento de violência doméstica durante a quarentena.
A partir da última quarta-feira (3), a Delegacia passou a atender em novo endereço, situado na rua Laura, 452, no Centro, onde realiza atendimento das 9h às 18h. O local, de acordo com Adrianne Mayer, oferece espaço de acolhimento mais amplo para as denunciantes, além de melhor localização e brinquedoteca para as crianças. “Estas melhorias são muito importantes para as vítimas. Os procedimentos e o horário de atendimento não tiveram alterações”, diz a delegada, que complementa dizendo que mulheres que chegam até as 19h não deixam de ser atendidas.
Sobre o método de denúncia online implantado durante a pandemia, Adrianne Mayer fala sobre a eficiência do boletim eletrônico, que é válido assim como o registrado fisicamente, e que evita o deslocamento da vítima até a unidade durante o isolamento social. “Muitas vezes a mulher não pode se dirigir até a delegacia pois tem os filhos estão em casa. Para isso, a central eletrônica de enfrentamento a violência doméstica atua para registrar as denúncias online, assim como pedidos de medida protetiva”, conta.
No registro virtual, que pode ser feito pelo endereço www.delegaciaeletronica.policiacivil.sp.gov.br, a vítima descreve seu relato e tem a possibilidade de anexar fotos que comprovem a denúncia, como de hematomas por exemplo. “A mulher explica o que está acontecendo e pode enviar fotos de lesões corporais que serão analisadas pelo poder judiciário”, explica a delegada. O boletim é encaminhado e, posteriormente o juiz determina o pedido de medida protetiva, que chega pelo e–mail da vítima.
Para denunciar casos de violência doméstica o mais rápido possível, os vizinhos tem papel fundamental, principalmente durante o período de isolamento social, segundo Adrianne Mayer. “Observar se há indícios de briga, agressão, barulhos de objetos caindo, é sempre muito importante para identificar possíveis abusos”, aponta.
Em relação aos métodos de higiene na unidade, a delegada diz que houve mudanças drásticas, que serão permanentes. “Todos os funcionários usam máscara e até viseira de proteção. As vítimas recebem máscaras e álcool em gel, além de manter distanciamento. No ambiente de atendimento, só entra uma pessoa por vez”, conclui.