A população de Santo André vai conhecer na próxima segunda-feira (1/7) a proposta da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo) para adquirir a unidade de água e esgoto do Semasa (Serviço Municipal de Saneamento Ambiental de Santo André). No mesmo dia haverá audiência pública sobre o assunto. Em entrevista para a Rádio ABC, nesta quinta-feira (27), o prefeito Paulo Serra (PSDB) confirmou que a autarquia estadual vai acatar todas as medidas propostas pelos vereadores nas emendas ao projeto.
O principal tema é a manutenção dos empregos dos trabalhadores do Semasa. Serra afirmou que haverá algumas adequações e alguns trabalhadores serão transferidos para a Prefeitura, pois, “existem setores do Executivo que estão defasados”. Além disso, garantiu que nos primeiros três anos não haverá aumento da tarifa acima da inflação e que os investimentos estão garantidos.
“Agora que a Sabesp vai mostrar os termos deste acordo. A lei que estava na Câmara é só autorizativa, apenas formaliza. Vamos colocar (a proposta) para consulta pública e vamos fazer a audiência pública, não temos nada para esconder, mas é claro que queremos debater”, explicou Serra.
Ao canal RDtv, o superintendente de Negócios da Região Sul da Sabesp, Roberval Tavares, afirmou que o plano de investimentos para Santo André é de quase R$ 1 bilhão para os primeiros quatro anos e que todos os problemas de falta d’água sejam resolvidos até o início do próximo verão.
Outro ponto aguardado para o debate é a questão da resolução da dívida de R$ 3,4 bilhões do Semasa para a autarquia estadual. Nesta quinta-feira, Serra afirmou que o valor que virou precatório é de R$ 587 milhões, ao invés dos R$ 1,4 bilhão citados em vários depoimentos para a imprensa nos últimos dois meses. “Nos últimos 20 anos nenhum prefeito colocou o dedo nessa ferida. Não estou criticando, mas estou fazendo uma constatação, pois o tema é polêmico, porque é difícil. Agora eu fui eleito para fazer uma gestão diferente, um novo modelo de gestão”, disse o prefeito.
O tucano aproveitou para fazer críticas ao PT e aos demais oposicionistas, e chegou a “desafiá-los” para apresentar outra fórmula para conseguir pagar a dívida e realizar investimentos na cidade, algo que considera impossível.
Durante a sessão da Câmara, a vereadora Bete Siraque (PT) voltou a fazer críticas ao projeto. “Fizemos uma audiência pública e ficamos aqui até 1h da manhã para debater o projeto e cada vez que debatíamos eu tinha mais certeza que era um projeto ruim para a cidade”, disse a petista ao relembrar a tentativa de barrar a proposta de concessão na Justiça, mas o resultado não foi dado em tempo hábil.