O prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV) esteve terça-feira (28/05) no Ministério da Saúde, em Brasília e conseguiu liberação de senha para cadastrar projeto de reforma, ampliação e compra de equipamentos, totalizando R$ 70 milhões, para transferir o atendimento do HM (Hospital Municipal), que está em prédio de propriedade do INSS no bairro Piraporinha, para o antigo Hospital Diadema, imóvel particular que fica no Centro e que está sendo desapropriado pelo município. Em entrevista exclusiva ao RD, o prefeito comemorou a autorização do ministério, demonstrando, no entanto, algum desapontamento por não conseguir viabilizar seu projeto de construir um hospital novo.
“Meu sonho era fazer um hospital novo, mas precisávamos de R$ 150 milhões. Eu tenho R$ 45 que vou investir no hospital do Centro e mais R$ 70 milhões do ministério. Não deixa de ser um hospital novo, pois vai ser todo reformado, e o melhor, o mais difícil que é a UTI vai ser construída no prédio anexo, ali vai ser tudo novo. Além disso, teremos a verba para comprar os equipamentos novos”, detalhou o prefeito.
A liberação da senha é o primeiro passo para a liberação da verba. Em Brasília, Lauro, o secretário de Finanças da prefeitura, Francisco Rocha; o secretário de Saúde Luís Cláudio Sartori e o diretor do HM, Emerson Sampaio foram recebidos pelo chefe de gabinete do Ministério da Saúde, Alex Campos e pela coordenadora de Planejamento e Orçamento do Gabinete de Relações Institucionais, Isabel Cristina Araújo dos Santos. Campos autorizou a liberação de senha, no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse (SICONV), para cadastramento de solicitação de recurso para reforma (R$ 25 milhões), ampliação (R$ 20 milhões) e aquisição de equipamentos (R$ 25 milhões) para instalação do novo Hospital Municipal, na Rua Oriente Monti. Após o cadastro da solicitação e autorização do recurso pelo Ministério, Diadema dará início ao processo de licitação para compra dos equipamentos e às etapas de reforma e adequação do prédio.
O prédio da rua Oriente Monti foi construído na década de 80 por um grupo de médicos para ser um hospital particular. Nos anos 2000, foi ocupado, em parte, pela prefeitura, para receber os serviços de urgência e emergência quando a prefeitura desativou o antigo Pronto-Socorro para a construção do Quarteirão da Saúde. A prefeitura ocupa atualmente o prédio com alguns serviços de saúde. Os donos do imóvel contam com débitos com o município que fará uma compensação tributária.
Quando pronto hospital terá 174 leitos. No prédio de Piraporinha, a prefeitura aguarda a doação do imóvel para a prefeitura e lá a prefeitura pretende verba federal para a instalação de uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), tipo 8, com atendimento 24 horas, ocupando o térreo e o primeiro andar. “Vamos conseguir o AVCB (Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros) para estes dois andares e atender ao questionamento do Ministério Público Federal que está questionando o uso do prédio que não tem o documento”, disse o prefeito que nesta quinta-feira (30/05) vai apresentar ao MPF o resultado da reunião em Brasília.
Questionado sobre o restante do prédio de Piraporinha, Michels disse apenas: “Estou resolvendo o problema, pois a saúde não espera, o restante do prédio fica para o próximo prefeito definir”. Ainda de acordo com o prefeito a transferência das internações, das cirurgias e UTI para o prédio do Centro não vai sobrecarregar as ruas da região que já é a mais movimentada da cidade. “Ao contrário, vai valorizar os imóveis e o comércio daquela região e não vai trazer muito trânsito porque não vai ter atendimento de urgência e emergência, que vai continuar em Piraporinha, só que com a UPA”.
A proposta de construir um novo hospital foi colocada por Lauro Michels em 2016, durante a sua campanha pela reeleição. O prefeito teve que organizar sua base na Câmara para conseguir aprovar a autorização de um empréstimo de R$ 124 milhões com a Caixa para fazer o novo hospital. “Graças a Deus estamos conseguindo verba em Brasília, porque o estado não ajuda em nada. Falei com o secretário no mês passado, passei a gravidade da situação e sequer me responderam. O estado está sendo omisso com Diadema”, criticou.
O atual HM conta com 168 leitos distribuídos em clínica geral, pediatria, psiquiatria, traumatologia, cirurgia geral, ginecologia e obstetrícia, UTI, isolamento, entre outros, além do Pronto Socorro. Além dos moradores da cidade, o hospital é referência para vítimas de acidentes de trânsito dos sistemas Anchieta Imigrantes e Rodoanel e atende cerca de 18 mil pessoas mensalmente. Para o atendimento de média complexidade, o município investe aproximadamente R$ 9,8 milhões por mês.