O superintendente da Companhia Regional de Abastecimento Integrado (Craisa), Reinaldo Messias, afirmou que o melhor caminho para resolver a questão dos marmitex distribuídos para os cerca de 1.400 servidores de Santo André, é melhorar a qualidade das refeições fornecidas. O serviço em questão é o único que permanece terceirado, atendido pela empresa Apetece Sistemas de Alimentação. A informação foi dada durante entrevista ao RDtv, nesta sexta-feira (23).
O alimento tem sido objeto de reclamação por parte dos servidores, por conta da qualidade. O assunto já foi tratado em reportagem pelo RD, em 15 de maio. Na oportunidade, servidores de creches municipais denunciaram que receberam refeições azedas, estragadas e até mesmo com larvas.
A Autarquia trabalha com a perspectiva de assumir 100% do serviço na cidade, entretanto, o assunto ainda não tem definição, mas está em estudo avançado. Desde quando a atual direção assumiu o local, 10 restaurantes que eram terceirizados passaram a ser controlados pela Autarquia, restando apenas o serviço dos marmitex, hoje sob o comando da empresa Apetece.
“A Administração não estava satisfeita com o serviço e assumiu o controle dos restaurantes. O Guarará foi o primeiro que assumimos, depois disso foram mais nove”, disse Messias.
Enquanto o serviço não volta para o município, o superintendente disse que está buscando a melhor qualidade possível com a terceirizada. Hoje o alimento é distribuído em 260 pontos e já foram realizadas mudanças na logística para que o marmitex chegue no horário.
“A Craisa fiscaliza e acompanha o dia a dia. Tivemos reclamações e fizemos um comitê de crise junto com a terceirizada. É estranho, tem alguns casos que 60% das reclamações vem só de um local, então estamos analisando caso a caso”, pondera.
Em relação a reivindicação recente dos servidores de receberem vale refeição no lugar dos marmitex, reforçou que a Craisa “está apostando em melhorar a qualidade para o servidor”. Sobre essa questão, o Paço já havia se manifestado ressaltando que “realizou um estudo prévio de impacto a respeito do benefício e, devido ao alto custo envolvido, uma possível implantação ainda não está em vista. Caso fosse adotado, para cerca de 10 mil funcionários, o impacto anual superaria R$ 50 milhões”.
Outro ponto abordado foi a questão da merenda escolar. O dirigente afirmou se tratar de projeto prioritário da Administração, de tornar o alimento das crianças da rede mais saudável. “Vamos entrar com saladas e grande variedade no próximo semestre. Hoje estamos produzindo o alimento com qualidade”.
Messias diz ser contra a venda de parte da área da Craisa, assunto abordado em gestões passadas. “Sou totalmente contra. Temos a melhor opção urbana de Ceagesp, excelente localização, espaço e podemos agregar mais empresas”.
A Craisa gerencia 72 feiras livres na cidade, sendo quatro noturnas e duas orgânicas. “Temos uma novidade. Junto com a Secretaria de Cultura teremos uma nova feira orgânica durante o dia, no domingo (25), no Paço.
Também segue em andamento o projeto de disponibilizar banheiros nas feiras livres da cidade. “Tem um estudo avançado sobre isso, mas temos também outro projeto com a colaboração de patrocinadores”, diz.
A fiscalização do comércio ambulante em Santo André está sendo intensificada na cidade. A intenção é regularizar o serviço e não admitir o comércio de pessoas sem licença para atuação.
Messias também falou a respeito da situação financeira da Autarquia. De acordo com o superintendente, quando assumiu a direção, a dívida era de R$ 46 milhões com fornecedores, incluindo imposto chegava a quase R$ 70 milhões.
“Hoje estamos reduzindo a máquina. No passado eram mais de 100 funcionário comissionados e hoje são 11. Cortamos vários contratos que existiam de consultoria, que poderiam ser necessários, mas no momento estava supérfluo pela necessidade de investimento”, ressalta Messias.