
O Cemitério Paulicéia, em São Bernardo, deve receber novas salas de velórios. Porém, as obras registram atraso de mais de dois anos. O início dos serviços ocorreu no mês de maio de 2014, tendo duração de 10 meses. Ou seja, a área destinada para velório deveria ter sido entregue no início do ano passado. Moradores da região reclamam que a Prefeitura não esclarece quando a obra, orçada em mais de R$ 2,3 milhões, ficará pronta.
O RD foi ao local para saber como está o andamento dos serviços, mas antes das 16h, a equipe de trabalhadores já não estava mais lá. No local, somente dois funcionários trabalhavam, um arrumava os banheiros e o outro colocava os vidros nas janelas.
Segundo a aposentada Maria Glória, se as obras continuarem nesse ritmo, não será possível entregar o velório ainda este ano. “Moro aqui há mais de dois anos e sempre vi essa obra inacabada. Eles trocam os tapumes, pois estão velhos, mas funcionário pra trabalhar nada. Sempre vemos a obra abandonada”, reclama a aposentada.
Nesta segunda-feira (29), o morador de Diadema, Paulo Henrique, 33, acompanhava o enterro de um conhecido. Ele conta que teve que ir no velório no cemitério da Vila Euclides e depois ir até a necrópole da Paulicéia para o enterro. ´”Espero que a obra fique pronta logo, pois é complicado para familiares e amigos, em um momento difícil como esse, ter que velar em um lugar e enterrar em outro”, pontua.
Os comerciantes em torno do local também alegam que os estabelecimentos estão sendo prejudicados com a demora na entrega da obra. A florista Elena Lasáro de Oliveira, 51, trabalha na frente do cemitério e diz que as vendas caíram muito na floricultura. “Como o velório é em outro cemitério, as pessoas pararam de comprar flores aqui. Todos os comerciantes foram afetados”, explica.
Atualmente não há nenhuma sala de velório no local e nem banheiros. O morador do bairro da Paulicéia, Frank Alves Moreira, 42, conta que ninguém sabe ao certo se foi a Prefeitura que deixou de pagar a empresa responsável pela reforma ou se a companhia que não pagou os funcionários. A certeza é de que a empresa responsável pela obra foi trocada. “Há uns quatro meses, o caixão de um homem ficou mais de uma hora dentro do carro para conseguir uma vaga. Teve que ter acordo e o corpo foi enterrado em Diadema. A situação aqui está difícil”, opina.
A atual empresa responsável pela obra é a Flasa Engenharia, que deve entregar os serviços até dezembro. A Flasa substitui a Provence Construtora Ltda, que abandonou o serviço com 70% do serviço terminado. As obras preveem área para funcionários, administração e sanitários, além de oito salas de velório, sendo que antes o cemitério tinha quatro. Até o fechamento desta matéria, a Prefeitura não divulgou o motivo do atraso, assim como o novo prazo para entrega da obra.