Os pokéstops, pontos espalhados nas cidades para os jogadores do game Pokémon Go encontrarem pokébolas e pokémon, se tornaram points, onde usuários trocam ideias sobre a nova febre do jogo. No ABC, os pokéstops estão espalhados ao lado de obras e monumentos de arte, fóruns, praças e estações de trem. Em Santo André, o Paço é um dos endereços. Quem passa pela escultura de Tomie Ohtake se depara com um ginásio virtual para guerrear com outros jogadores.
O estudante Vinícius Fernandes sabe que, apesar da diversão, jogar em locais desertos ou não observar ao redor enquanto joga pode ser perigoso. Há relatos nas redes sociais de jogadores que sofreram assalto enquanto se distraiam com o jogo. “Uma vez eu estava com meu primo caçando e reparamos que um rapaz tirou foto nossa, talvez para mandar para outro nos assaltar. Ficamos espertos e agora prestamos mais atenção, jogamos mais perto de seguranças”, afirma.
No Paço, Rodrigo Lopes agora procura pokémon em seu tempo livre: “Quando tenho um tempo, no caminho do trabalho até a casa eu jogo. Tenho alguns amigos que até mataram aula para pegar Pokémon”, diz. Rodrigo conta que conheceu muitos jogadores e já falou com pessoas que mal conhecia por causa do game.
Fernando Pereira, também em Santo André, diz que enquanto tem capturado os personagens já conheceu muita gente. “Fiquei conversando com um cara e depois de meia hora é que fui perguntar o nome dele. Primeiro o Pokémon, depois o nome”, brinca.
Monstrinhos
Em Mauá, a cena se repete na estação de trem até a praça 22 de Novembro. Os pokéstops e os pokémon aparecem no trajeto. “É só ficar atento aos grafites que aparecem”, diz Allan Christian, que gosta de capturar monstrinhos e afirma que os personagens chegam a toda hora e que já está viciado no jogo. “Saio na rua à noite com meus amigos para jogar. Minha mãe falou que eu estou louco”, brinca.
O operador de telemarketing Vitor Silva começou a jogar o game desde que a tecnologia chegou. “Eu já cheguei atrasado no serviço por causa do jogo. Minha mãe dá risada”, desabafa. Quanto mais o treinador jogar, mais chances de ganhar ovos e incubadoras, além de pokémon raros. Mas o que ninguém sabe é que pelo jogo é possível também capturar novos amigos. (Colaborou Tamara Polastre)
Detran alerta para uso seguro do game
Lançado há mais de um mês nos EUA e em alguns países da Europa, o Pokémon Go chegou ao Brasil dia 3 e já colocou muitos jovens em situação de risco. O game combina a câmera do smartphone com recurso de GPS, em movimentos simples que levam o caçador às mais diversas situações que levam à distração.
O Detran alerta para os riscos de jogar Pokémon Go ao dirigir e ao atravessar ruas e avenidas. José Antonio Oka, coordenador do Observatório Paulista de Trânsito, diz que o motorista que usa o celular enquanto dirige tem perda da capacidade de atenção similar ao do motorista alcoolizado.
“Para quem dirige, uma velocidade de 50 a 60 km por hora parece baixa, mas para quem é atropelado pode ser fatal”, afirma. Segundo Oka, uma em cada 10 pessoas atropeladas por carros, que estava há cerca de 50 km por hora, sobrevivem.
Com a ocorrência de acidentes com jogadores do game foi lançada dia 8 atualização das versões para Android e iPhone de Pokémon GO. Agora, com mensagens de segurança que aparecem na tela quando detectado que o jogador anda rápido demais pelo mapa. Na tela uma mensagem pergunta se o jogador é o passageiro do carro. O objetivo é evitar que jogue enquanto dirige.
Oka aconselha os jogadores a não utilizarem o celular ou jogarem enquanto dirigem. Outro conselho é que os pais fiquem de olho nos filhos, deem limites e saibam onde vão caçar pokémon.