Segunda dose de vacina contra HPV tem baixa adesão no ABC

Para Katz, a baixa adesão é resultado da falta de informação (Foto:Divulgação)

A segunda dose da vacina contra o papilomavírus humano (HPV), vírus causador do câncer de colo do útero, está disponível desde o dia 8 de setembro, mas a adesão em quatro cidades do ABC está abaixo da meta estipulada de atingir 80% do público alvo, formado por meninas de 9 a 13 anos de idade. Segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, na primeira etapa, realizada em março deste ano, foram vacinadas 33.046 meninas na região.

São Bernardo pretendia vacinar 13.445 meninas entre 9 e 11 anos, o que corresponde a 80% do público nesta faixa de idade, de 16.806 garotas. Mas até o momento só chegou a 6.814 doses aplicadas, 40,5% do total. Por esta razão, o município resolveu estender a campanha para até o dia 26 de novembro.
 
Mauá vacinou 2.265 meninas entre 9 e 12 anos, cerca de 22% do público. São Caetano tem expectativa de vacinar novamente 2.407 meninas entre 9 e 11 anos, mesmo número da primeira fase e que corresponde à meta de 80% dentro da cidade. No entanto, até o momento foram aplicadas apenas 1.090 doses da vacina, ou seja, 45,28% de adesão. Já Santo André, cuja campanha segue até 30 de novembro, vacinou 5.894 meninas de um total de 15.135, o que corresponde a 39% do público entre 9 e 13 anos de idade. Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não forneceram informações até o fechamento da edição.
 
Reações
A professora Débora de Oliveira, mãe de Juliana, de 11 anos, diz que deixou de dar a vacina na filha por causa das outras mães que comentavam sobre as reações que outras meninas tiveram após receberem a dose. “Não deixei minha filha tomar a vacina na escola. Então, fui a uma clínica especializada e paguei pela vacina”, comentou. 
 
O médico ginecologista, Salomon Katz, do Hospital Dr. Cristóvão da Gama, de Santo André, afirma que tem 50 anos de profissão e que, neste período, nunca viu sintomas após a vacinação. “Todas as vacinas podem dar febre. Quanto aos desmaios e vômitos, as meninas passam mal por causa do estresse e não pela vacina”, garante. Para Katz, a baixa adesão é resultado da falta de informação. “Quem não toma a segunda dose não possui garantias de efeito”, avisa. A vacinação contra o câncer de colo de útero é feita em três doses. Após tomar a primeira, as adolescentes devem tomar a segunda seis meses depois. A terceira e última somente após cinco anos.
 
Prevenção
De acordo com Salomon Katz, somente a vacina e o uso de preservativos durante o ato sexual podem prevenir a doença. A transmissão do vírus é feita quando o corpo entra em contato com a pele ou com objetos e roupas contaminados. Os sintomas ocorrem entre uma menstruação e outra ou após relações sexuais e variam entre dores e maior sangramento durante o período menstrual. 
 
 

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