ABC - segunda-feira , 29 de abril de 2024

Jovem morto na USP usou droga e se afogou, aponta laudo

O estudante Victor Hugo Marques Santos, de 20 anos, morreu após ingerir uma substância alucinógena e se afogar na raia olímpica da Universidade de São Paulo (USP). Essas foram as conclusões a que chegaram peritos que analisaram o corpo de Santos e emitiram laudos para o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) da Polícia Civil paulista, que investiga o caso.

As informações foram confirmadas pelo advogado da família, Ademar Gomes, na manhã desta quinta-feira, 16, e foram divulgadas pelo jornal Folha de S. Paulo. O laudo identificou a presença da substância 25B-NBOMe, uma variação da droga sintética LSD. Os exames informaram também que, além da ingestão da droga, o corpo apresentou sinais de afogamento, que teria sido a causa final da morte.

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Santos desapareceu na madrugada do dia 21 de setembro, após se separar de amigos durante uma festa no velódromo da USP, na Cidade Universitária, que fica no Butantã, zona oeste da capital. Seu corpo foi encontrado três dias depois na raia olímpica da universidade, localizada a menos de 100 metros do velódromo.

Procurado, o DHPP disse, por meio da assessoria de comunicação, que não comentará as novas informações, pois o caso corre em sigilo. O 25B-NBOMe havia sido incluída na lista de 21 drogas novas proibidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em fevereiro deste ano. Em nota, o órgão havia informado naquela oportunidade que as substâncias foram criadas para “para burlar as listas de drogas ilícitas publicadas no mundo”.

“Nenhuma delas tem utilidade como medicamento, são produtos que simulam efeitos semelhantes ao de outras drogas ilícitas já conhecidas, como ópio, heroína e LSD, que agem sobre o sistema nervoso central e podem provocar alucinações”, disse o diretor presidente da Anvisa, Dirceu Barbano.

Dúvidas

Apesar das novas informações trazidas pelos laudos e exames, para a família ainda há dúvidas sobre o que aconteceu. Uma delas é como o jovem chegou à raia, que possui uma cerca de dois metros de altura em toda a sua extensão, cuja entrada só ocorre em quatro portões mediante apresentação de identificação.

“Como ele conseguiu entrar na raia? É o que queremos saber”, disse o advogado Ademar Gomes.

Na manhã desta quinta-feira, o pai de Victor Hugo, o bancário José Marques Santos expressou surpresa com a divulgação do laudo. “Estou sabendo dessas informações através da imprensa. Me estranha essa divulgação porque o caso está em segredo”, disse.

Ele reforçou sua desconfiança sobre o uso de drogas pelo filho. “Meu filho é uma pessoa que não trancava a porta do quarto, não tinha senha para a internet”, disse Marques. A família reuniu R$ 10 mil e estava oferecendo como recompensa por pistas que levassem ao esclarecimento da morte.

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