
Desde segunda-feira (14/04) a Apeoesp (Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo), regional de Santo André, está percorrendo escolas distribuindo folhetos informativos para pais e alunos e também orientando professores sobre a greve estadual prevista para o dia 25. Os professores também reivindicam reajuste salarial com alinhamento ao Piso Nacional do Magistério, contratação de professores efetivos e a climatização de salas de aula. Além disso há um protesto contra o fechamento de salas de aula do período noturno que continua acontecendo na região, porém a Secretaria Estadual da Educação, sustenta que este é um movimento de rotina, que salas fecham por falta de alunos.
Segundo a presidente da Apeoesp de Santo André, Maíra Machado, salas de aula estão sendo encerradas sem aviso. “Estamos em uma situação limite, estão fechando salas de aula da noite sem aviso prévio e, do nada, professores estão perdendo aulas. Já fizemos atos na última semana e nesta segunda-feira, mas a Diretoria de Ensino não nos recebe”, sustenta.
A conselheira da Apeoesp andreeense, Tati Lima, conta que a mobilização é feita dentro das escolas, conversando com os professores. “Estamos levando materiais específicos para explicar o direito de greve. Fizemos um ato no dia 9/04 e outro na segunda-feira. Fizemos também a panfletagem de uma carta aberta à população. Mais de mil cópias foram distribuídas e as pessoas se identificam com o que estamos dizendo porque a maioria tem filhos na escola ou parentes que têm e estão vendo os prejuízos da plataformização da Educação”, conta.
Em pelo menos duas escolas de Santo André, foram feitos atos pontuais porque nelas foi identificada a intenção de fechamento de salas de aula. “Fizemos dois atos, um na escola Antonio Adib Chamas e outro na Fioravante Zampol em que estavam fechando salas. Desde o ano passado estamos tentando uma reunião na Diretoria de Ensino não nos recebem. Até agora não temos a informação de quantas salas de aula serão fechadas, sabemos que são mais de dez escolas e que podem fechar muitas salas fechadas. Tem aluno que não tem escolas perto então isso significa evasão escolar, ou que vai encontrar outra escola que já está superlotada. Portanto, enquanto fecham salas, tem outras com mais de 50 alunos”, diz Tati Lima.
Em nota, a Seduc-SP (Secretaria da Educação do Estado de São Paulo) diz que mantém diálogo permanente com a categoria. “Após dez anos sem concursos no estado, a atual gestão realizou um certame para a contratação de professores do Ensino Fundamental e Médio, e aprovou 15 mil novos profissionais. Os primeiros selecionados já estão atuando em diferentes regiões do estado. Todos os docentes da rede estadual que ingressaram na nova carreira contam com salário inicial de R$ 5,3 mil para uma jornada de 40 horas semanais, valor superior ao piso nacional da categoria. Em relação à climatização, a atual gestão ampliou em quase 97 vezes o número de escolas climatizadas em todo o estado. Estão sendo investidos cerca de R$ 350 milhões no projeto, que é implementado em etapas, priorizando as unidades escolares localizadas nas regiões mais quentes do território paulista”, diz o comunicado. Sobre o fechamento de salas a Seduc diz que é um movimento normal e não disse quantas salas seriam fechadas na região.