Morte de empresária em São Bernardo reflete alta na violência contra a mulher

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A morte da empresária Priscila Amaral Oliveira Rodrigues, de 28 anos, em sua loja no Jardim Planalto, em São Bernardo, acrescenta mais um número na triste estatística da violência contra a mulher. Comparando os meses de janeiro deste ano e do ano passado temos um aumento nos casos de feminicídio, que passou de um para dois registros e os estupros também aumentaram de seis para oito casos.

O número de lesões corporais dolosas, as agressões, que são a maioria dos casos caíram, mas ainda são altos. Esses casos são os registrados somente pelas DDMs (Delegacias de Defesa da Mulher), fora os casos destes tipos que acabaram registrados em distritos policiais comuns. Os números são da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública) de São Paulo.

O crime que vitimou Priscila ocorreu na sexta-feira (07/03), véspera do Dia Internacional da Mulher. A empresária voltava do trabalho em uma empresa de cosméticos e foi direto para sua loja de roupas, para verificar o movimento do caixa juntamente com a sócia. No local também estava o ex-marido da comerciante. Assim que ela entrou, foi seguida por um homem descrito como alto, magro e usando um capacete, que estava armado e atirou três vezes contra a mulher e fugiu. Priscila ainda foi socorrida, no Hospital de Urgências, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. A empresária foi sepultada no cemitério Jardim da Colina, também em São Bernardo, no domingo (9).

Após efetuar os disparos, o assassino de Priscila fugiu em uma moto, mas a abandonou poucos metros adiante, entrando em um Fiat Mobi de cor cinza que já o aguardava. O caso é investigado pelo Setor de Homicídios da Delegacia Seccional de São Bernardo. O delegado que investiga o caso não deu entrevista. Em nota, a SSP informa que testemunhas já foram ouvidas. Entre as testemunhas está o ex-marido, ouvido e liberado. O casal se separou recentemente. “O Setor de Homicídios de São Bernardo investiga o assassinato de uma mulher de 28 anos que morreu após ser baleada, na tarde da última sexta-feira (7), no bairro Planalto. São realizadas oitivas com testemunhas e diligências visando à identificação e prisão do autor. Detalhes serão preservados para garantir a autonomia do trabalho policial”, resume a pasta da segurança, em nota.

Os números da Segurança Pública mostram que a maioria dos casos atendidos pelas DDMs é de lesões corporais dolosas, as agressões. Em janeiro de 2024 do total de 227 casos, 220 foram deste tipo (73 casos foram em Santo André, 70 casos foram em São Bernardo, 36 em Diadema, 29 em Mauá, dois em Ribeirão Pires e um em Rio Grande da Serra) . Os outros seis casos foram de estupro, sendo cinco só em São Bernardo, e um feminicídio registrado em Diadema.

No primeiro mês deste ano, o dado mais recente disponível no site da SSP, foram 191 casos atendidos nas delegacias da mulher sendo 181 lesões corporais (46 em São Bernardo, 46 em Santo André, 43 em Diadema, 35 em Mauá, 9 em São Caetano e Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra tiveram um caso cada); oito estupros, sendo seis em São Bernardo, um em Diadema e outro em Santo André, e dois feminicídios, ambos em Mauá.