
A primeira semana de fevereiro marca o retorno das sessões ordinárias nos legislativos no ABC. Diferente de outras retomadas em que o foco era a formação das comissões permanentes, os primeiros dias foram marcados pelos anúncios de novas lideranças, as reclamações de oposicionistas pela falta de tempo para analisar projetos em regime de urgência e a formação de grupo independente em Diadema.
Dos 21 vereadores em Diadema, 10 estão em um grupo considerado independente, ou seja, uma terceira parcela que forma a maioria na Casa, pois o governo Taka Yamauchi (MDB) conta com seis parlamentares e os cinco vereadores eleitos pelo PT ficarão na oposição.
O grupo liderado pelo presidente da Câmara, Rodrigo Capel (PSD), conta com as presenças de Dequinha Potência (PSD); Gilson Moura, Laureto do Água Santa e Lucas Almeida (todos do União Brasil); Talabi e Zé do Bloco (ambos do PV); Cicinho e Jerry Bolsas (ambos do PSB); e Boquinha (Republicanos).
A divisão entre governistas, oposicionistas e independentes também se viu nas principais comissões permanentes da Casa. Aliados de Taka ficaram com a presidência das duas principais comissões: Justiça e Redação (Márcio Júnior, Podemos); e Finanças e Orçamento (Reinaldo Meira, Solidariedade), mas em ambas ainda existem representantes da oposição (Josa Queiroz e Orlando Vitoriano, respectivamente) e dos G10 (Jerry Bolsas e Laureto do Água Santa, respectivamente).
Em Ribeirão Pires, a primeira sessão foi marcada pelo pacote de cinco projetos do prefeito Guto Volpi (PL). Entre as pautas estava a reforma administrativa e a criação do Fundo de Saneamento Básico. Todas as propostas foram protocoladas em regime de urgência, o que irritou a vereadora Fernanda Henrique (PT), a única que se posicionou de maneira crítica contra a falta de tempo para analisar os projetos. Mesmo sem um líder de governo, Volpi viu sua base votar fielmente a favor de todas as propostas.
Outra cidade que passou por aprovação de projetos foi São Bernardo. A Câmara aprovou duas autorizações para empréstimos que somam R$ 300 milhões, porém, outra proposta para abertura de crédito de R$ 200 milhões gerou divergência. Mas todos foram aprovados. O único adiamento foi sobre o projeto que cria o Fundo Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
A Câmara de Mauá também passou por aprovações nesta semana. A proposta sobre o lançamento do IPTU na cidade foi aprovada em duas sessões, uma ordinária e outra extraordinária, realizadas com 48 horas de diferença. Mas neste caso, sem polêmica.
A polêmica ficou em Rio Grande da Serra. O projeto sobre protesto de dívidas ativas na cidade gerou polêmica entre oposicionistas e governistas. Enquanto a minoria reclamava tanto sobre a falta de tempo para analisar a proposta quanto para emplacar emendas, a maioria defendia a proposta. O principal foco das reclamações estava sobre o tempo para que o munícipe pague a dívida caso seja alertado. A proposta fala em 10 dias, a oposição queria 60 dias.
As duas sessões mais tranquilas aconteceram em Santo André e São Caetano. Na Câmara andreense chamou a atenção a escolha de Fábio Lopes (Cidadania) como novo líder de governo. Em São Caetano, os vereadores focaram na formação das comissões permanentes, dominadas pela base governista.