Nas ruas e avenidas geridas pelos municípios o número de radares aumentou do ano passado para cá. Pelo menos mais duas dezenas de equipamentos foram instalados no período de um ano, resultando em aumento de multas. O tema é sensível e as prefeituras sustentam os critérios técnicos para a escolha de novos pontos de fiscalização eletrônica. Ao todo são 349 radares na região. Já na Rodovia Índio Tibiriçá, que atravessa os municípios de São Bernardo e Ribeirão Pires, e precisa de fiscalização porque os acidentes só aumentam, nenhuma previsão para os radares prometidos desde 2023.
Rio Grande da Serra é a única cidade que não tem radares em operação. Em Ribeirão Pires são quatro atualmente, mas a prefeitura não informou quantos tinha há um ano.
Santo André aumentou a sua fiscalização eletrônica com 13 novos equipamentos desde o ano passado. Em dezembro de 2023 eram 74 aparelhos e neste ano são 87. Em todo o ano passado a prefeitura arrecadou R$ 51 milhões em multas, já neste ano, em apenas 10 meses, foram R$ 51.9 milhões. “Dos radares em funcionamento, 25 são fixos de velocidade, 9 lombadas eletrônicas e 15 fiscalizam velocidade, juntamente com outras funcionalidades. 28 fiscalizam avanço de semáforo e parada sobre a faixa de pedestres e outros 15 que fiscalizam avanço de semáforo, juntamente com outras funcionalidades. Cinco equipamentos fiscalizam locais com restrição à circulação de caminhões. Cinco equipamentos instalados em três locais, fiscalizam via vídeo monitoramento, conforme resolução 909/2022 do Contran”, detalha a prefeitura andreense. Os locais dos radares podem ser consultados em: https://www3.santoandre.sp.gov.br/portaldotransito/fiscalizacao-eletronica-de-transito/
Os valores arrecadados com as autuações dos motoristas vai para um fundo que financia ações de educação. No caso de Santo André além da distribuição de material educativo e educação para o trânsito nas escolas, a prefeitura tem investido na Faixa Azul, uma faixa a mais nas avenidas só para motocicletas, seguindo a experiência da Capital que tem apontado redução nos acidentes com motos após a adoção da medida.
Além de Santo André São Bernardo também aumentou o número de radares no último ano, em dezembro de 2023, segundo a prefeitura, eram 131 aparelhos em funcionamento e hoje são 141. O número é grande, mas a prefeitura justifica o maior número destacando o tamanho da cidade. “Como determinam as resoluções do Contran (Conselho Nacional de Trânsito), os recursos arrecadados com as multas são aplicados em melhorias e manutenção viária. Importante destacar que São Bernardo possui território de 408,45 km2, sendo a quarta maior cidade de São Paulo e a maior do ABC, com uma das maiores frotas de veículos do Estado. A administração mantém ações constantes de educação para o trânsito, com atividades educativas para reflexão sobre a importância da direção segura, travessia adequada e respeito às regras de trânsito, com iniciativas voltadas a motoristas, motociclistas, ciclistas e pedestres”, diz nota da prefeitura. Os locais onde estão os radares em São Bernardo podem ser consultados em: https://www.saobernardo.sp.gov.br/web/sbc/radares.
Mauá não informou quantos radares tinha no ano passado, nem a arrecadação com multas. Porém atualmente o município tem 40 dispositivos fixos e dois deles móveis. A lista está no site da prefeitura: https://www.maua.sp.gov.br/Arquivos/MobilidadeUrbana/Lista%20de%20Radares%20Maua.pdf .
Entre radares fixos de semáforo e velocidade e lombadas eletrônicas, a prefeitura de Diadema tem 44 equipamentos segundo documento que está no site da administração e que está datado de março de 2023 (https://portal.diadema.sp.gov.br/wp-content/uploads/2023/05/RADARES-INSTALADOS-EM-DIADEMA.pdf). A prefeitura não respondeu aos questionamentos do RD
Outra prefeitura que também não respondeu foi São Caetano. Em redes sociais há muita reclamação sobre um novo dispositivo de fiscalização de velocidade que foi recentemente instalado no Viaduto Independência. O radar no local não é novidade, quem está acostumado a passar por lá sabe que há anos tem radar no viaduto, porém agora a velocidade no trecho foi reduzida de 50km/h para 40km/h. “Sempre teve radar aí e sempre teve placa. O que foi ruim que diminuíram de 50km pra 40km. Mas o radar sempre teve”, disse uma internauta sobre o assunto. “Reformou o viaduto, deixou o asfalto mais liso para o povo andar mais rápido e levar multa!”, reclamou outro morador.
O site da prefeitura de São Caetano (https://www.saocaetanodosul.sp.gov.br/storage/upload/files/20211015_0306026607.pdf ) informa que a cidade tem 31 equipamentos de fiscalização eletrônica de trânsito, 13 deles autuam quem estiver acima do limite de velocidade, 16 pegam velocidade e avanço de semáforo e dois fiscalizam locais de restrição de circulação, como o Terminal Rodoviário Nicolau Delic e a rua Manoel Coelho.
Rodovia tem atraso de um ano para a instalação de radares
A Rodovia SP 031, a Índio Tibiriçá, via de pista simples e com alto índice de acidentes, nenhuma previsão para a instalação dos 14 radares que estão prometidos desde 2023. Sucessivos adiamentos na licitação para a compra de equipamentos motivaram o atraso de mais de um ano. O DER (Departamento de Estradas de Rodagem) responsável pela rodovia não divulgou nota, apenas informou o RD que o edital para a compra dos radares está aberto e não informou qual a previsão para instalar os equipamentos de fiscalização.
De janeiro a junho deste ano, em toda a extensão da via foram registrados 59 acidentes, sendo 39 destes somente nos trechos que cruzam o ABC. Do total de sinistros, o balanço do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) mostra que três resultaram em óbito, sendo dois casos no trecho em que a SP 031 cruza a região.