O vereador reeleito em Santo André, Wagner Lima (PT), que teve 3.788 votos, comemorou o aumento de vagas que o seu partido conquistou para a próxima legislatura, que são três – além dele o partido elegeu Tiago Nogueira e Clovis Girardi. Ao comemorar um aumento de 44% em comparação com sua primeira eleição em 2020, Lima diz também que a esquerda saiu fortalecida, com a união do PT com o PSol.
“Nossa eleição é fruto de um trabalho coletivo, não só do mandato, mas discutindo com a população nos bairros. Quando a gente olha para o coletivo, o resultado sempre aparece porque as pessoas participam e contribuem. Eu passei por momento difícil, problema de saúde, nos últimos meses, e os gabinetes itinerantes seguiram nos bairros, toda a assessoria e todo o time, que junto com a gente, contribuíram para fortalecer e crescer 44% a nossa votação”, disse o petista.
Para o parlamentar, a esquerda se fortaleceu com a eleição deste ano em Santo André. “Quem duvidava da capacidade de um vereador de esquerda, do PT, que ficou sozinho na Câmara com a saída do Eduardo Leite do partido, pode ver o resultado. Claro que o Ricardo Alvarez (PSol) também vem fazendo essa parceria na oposição, mas eu acho que a análise é positiva porque a população entendeu o nosso propósito. No primeiro mandato é difícil acessar as secretarias e entender a dinâmica entre Executivo e Legislativo, mas eu acho que, no geral, o resultado mostra que nós fizemos, não só o nosso mandato, a nossa reeleição, mas também pudemos contribuir com o partido na cidade, a Bete Siraque teve um desempenho bom. Aumentamos a nossa bancada aumentamos a nossa votação também. O resultado mostra que estamos no caminho certo, elegemos um jovem, que é o Clóvis, então tem uma renovação, depois tem o Tiago, que é mais experiente, e eu. Então é um ganho que a esquerda teve para poder contribuir com a cidade”, comenta o parlamentar reeleito em entrevista ao RDTv.
Oposição
O vereador diz que a experiência deste primeiro mandato mostrou que é preciso ter um bom trânsito com secretarias e os vereadores da situação, mesmo atuando como oposicionista. “A população pede ações de zeladoria e não é porque a gente é oposição que torcemos para que as coisas não aconteçam, pelo contrário, a gente fiscaliza para que as coisas melhorem, então tem essa cobrança da zeladoria da cidade e da saúde também. Na oposição é tudo muito mais difícil, é claro que o prefeito vai sempre dar preferência para sua base de apoio, então a gente tem que arrumar mecanismo para esclarecer que o papel do vereador é fiscalizar e criar projetos de lei e não executar. Fica uma coisa confusa no eleitor que espera de você um resultado nestas questões de zeladoria”, explica Wagner Lima sobre o trabalho na câmara e a relação do mandato com os eleitores.
Lima diz que se orgulha de ter mantido seus posicionamentos dentro do Legislativo e avalia que foi coerente. “Uma coisa que me orgulho é das posições que tomamos conscientes com o que a gente defende, por exemplo, no aumento do IPTU; a cidade precisa de arrecadação então não somos irresponsáveis de votar contra o aumento de IPTU quando tem coerência, agora o aumento que teve foi acima da inflação então não daria para votar a favor. A entrega do Semasa e do Serviço votamos contra como também o aumento das cadeiras dos vereadores, mesmo sabendo que a legislação permite que se aumente, mas a gente vem de uma pandemia onde a cidade necessita de uma verba maior e com o aumento das cadeiras vai ter um custo maior”, conta o parlamentar enumerando as propostas as quais foi contrário.
O vereador reeleito também foi contra algo que lhe traria um subsídio maior, ele votou conta o reajuste dos salários dos vereadores que vale para a legislatura que começa em 2025. “Eu como sindicalista sempre discuti aumento real em relação a inflação, agora vou discutir 70% de aumento não. Como vou explicar para a minha base ir contra o que eu defendi a vida inteira? Um dos pontos fundamentais deste meu primeiro mandato foi manter a forma de atuação desde a fábrica, o movimento sindical e minha história como sindicalista”.
Fortalecimento
O PT fez duas cadeiras de vereador em 2020, perdeu uma com a saída de Eduardo Leite para o PSB e agora foram eleitos três parlamentares para o mandato 2025/2028. Para Wagner Lima esse é um momento de comemoração e de superação de um movimento antipetista que afetou o partido. “Lá atrás, quando fui eleito em 2020 aconteceu toda a questão com o Eduardo Leite que seguiu o caminho dele, e as pessoas acharam que ali seria o fim do Partido dos Trabalhadores na cidade com um vereador sem experiência. Além disso o partido vivia uma crise nacional e foi terrível, não conseguimos fazer campanha na rua porque as pessoas xingavam, ofendiam, mas a reeleição do Lula contribuiu”, recorda o vereador.
Segundo Lima a população compara os governos Bolsonaro e Lula e viu mudanças. “Não dá para deixar de reconhecer. Mudaram várias coisas na vida das pessoas, o emprego mesmo. Não dá para dizer que o Lula é um cara de sorte, que só no governo dele que tem taxa de emprego como agora. Então isso contribui com a ascensão do PT. Na cidade perdemos a sede, alugamos outra nós contribuímos e a militância vê a mudança de postura. Fizemos também composição com a esquerda que se uniu, isso contribuiu também. O petista, que estava afastado, voltou para contribuir com a gente”, analisa.
Mesa
Ainda faltam quase dois meses, mas as tratativas para a composição da Mesa Diretora da Câmara de Santo André já começaram. O presidente Carlos Ferreira já esteve com os três petistas em busca de uma composição para tentar se reeleger, mas Lima disse que não há nada fechado. “Já tive reunião com Clóvis e o Tiago Nogueira, discutimos composição da mesa e acho que de fato vamos ter um desempenho melhor. Foi primeira conversa falta falar na executiva do partido e com a militância. O Carlos Ferreira nos procurou e a gente está conversando, mas não tem nada decidido se vamos ter candidatura, apoiar ou ter algum espaço nas comissões ou na Mesa Diretora, completa.