Dos 150 cargos de vereadores em jogo nas eleições deste ano no ABC, só 56 deles foram ocupados por vereadores que não fazem parte da legislatura atual, ou seja, uma renovação de 37,3%. Esse número não necessariamente significa uma renovação de fato, pois em muitos casos os eleitos que não têm mandato atualmente, já passaram pelo Legislativo em outras legislaturas, portanto não são exatamente novatos na política.
As cidades com maior percentual de renovação são: Rio Grande da Serra que trocou oito dos 13 vereadores atuais (61,54%) e Mauá, que renovou 12, das 23 cadeiras (52,17%). Já na outra ponta, das cidades cujas câmaras tiveram menos troca de vereadores estão: Ribeirão Pires, que terá quatro vereadores novos de um total de 17 vagas, renovando apenas 23,52% dos parlamentares; em seguida vem Diadema, que renovou seis dos 21 vereadores e reelegeu 15 (renovou 28%). São Caetano terá seis parlamentares que não fazem parte do mandato em curso e os outros 15 foram reeleitos, a renovação neste caso foi de 28,57%.
Santo André renovou 11 das 27 cadeiras em disputa nesta eleição e, portanto, a renovação ficou em 40,74%. São Bernardo manteve 19 vereadores e nove são nomes que não estão atualmente no Legislativo; renovação de 32,14%.
Prefeitos de São Caetano, Santo André e Ribeirão Pires terão larga maioria nas câmaras
Os prefeitos precisam ter maioria na Câmara para aprovarem seus projetos, em geral eles conseguem esse volume maior de parlamentares situacionistas. Os que não tiverem maioria terão que costurar alianças para o próximo ano.
A situação é absolutamente mais confortável para o prefeito eleito de São Caetano, Tite Campanella (PL), que tem mais que maioria na futura formação da Câmara, ele tem 85,71% dos votos. Das 21 cadeiras, 18 vereadores foram eleitos dentro do arco de alianças do liberal e se essa base se mantiver o prefeito não terá nenhuma resistência para aprovar seus projetos. Só restaram três parlamentares eleitos que não apoiaram Campanella para prefeito, são eles: Bruna Biondi (PSol), que inclusive foi a vereadora mais votada da cidade, com 5.848 votos; Edison Parra (Podemos) e Getúlio Filho (União Brasil).
O prefeito eleito de Santo André, Gilvan Júnior (PSDB) terá na Câmara a repetição da maioria que o atual prefeito Paulo Serra (PSDB) teve ao longo dos seus mandatos. Se a situação política se mantiver com os partidos que apoiaram sua chapa nas eleições, 18 parlamentares dos 27 eleitos lhe darão sustentação no Legislativo, ou seja, 66,66% do total.
Situação mais equilibrada será o cenário que o prefeito reeleito de Ribeirão Pires, Guto Volpi (PL) vai ter no próximo ano. 58,82% dos parlamentares eleitos apoiaram sua reeleição. Dez das 17 cadeiras estão teoricamente a seu favor e ele certamente terá que batalhar mais apoios para garantir a aprovação dos seus projetos.
Dos prefeitos eleitos, Akira Auriani (PSB), é o que terá mais trabalho na relação com o Legislativo. Das 13 cadeiras, só três dos eleitos estiveram ao seu lado na campanha, perfazendo só 23,07% dos votos.
Onde há segundo turno as forças políticas ainda vão se aglutinar
No caso das cidades onde a decisão de quem vai ocupar o cargo de chefe do Executivo só será decidido no dia 27/10, a negociação por apoios vai levar em conta a governabilidade do próximo mandato.
Em Diadema, apesar de Taka Yamauchi (MDB) ter ficado ligeiramente na frente do atual prefeito candidato à reeleição, José de Filippi Júnior (PT), com 47,39% e 45,09% dos votos respectivamente, a divisão de forças políticas entre os eleitos para a Câmara é mais favorável ao petista no momento. Filippi tem a seu lado 14 dos 21 parlamentares eleitos (66,66%). O emedebista neste caso sairia com maior dificuldade para aprovar projetos do Executivo.
Situação parecida acontece em Mauá, onde o também petista Marcelo Oliveira, fez 14 das 23 vagas da Câmara (60,87%). Se no dia 27, Atila Jacomussi (União Brasil) sair vencedor do pleito, ele terá que trabalhar duro para conquistar apoios na Câmara.
Em São Bernardo os parlamentares eleitos para a Câmara estão mais divididos o que fará com que Alex Manente (Cidadania) e Marcelo Lima (Podemos) negociem com os partidos que perderam a eleição majoritária, como o PT, do candidato derrotado Luiz Fernando Teixeira, que mesmo assim teve 23,09% do eleitorado, bem próximo dos dois líderes que foram para o segundo turno. Marcelo Lima leva uma boa vantagem, pois tem 42,85% dos parlamentares eleitos, ou seja, 12 estão sob o guarda-chuva da sua coligação. Já Alex Manente fez oito vereadores na sua coligação, 28,57%. da Câmara. Os parlamentares que foram eleitos por outras coligações, serão cortejados pelos dois lados em busca de apoio para a obtenção de maioria.