ABC - sexta-feira , 31 de maio de 2024

Automedicação pode retardar diagnóstico de doenças graves

A prática da automedicação, embora comum, pode acarretar consequências sérias para a saúde, o que inclui o atraso no diagnóstico e tratamento de doenças graves. Segundo especialistas, a busca por soluções rápidas e sem orientação médica pode mascarar sintomas importantes e retardar a identificação de condições que requerem atenção especializada.

Em entrevista ao RDtv, a médica gastroenterologista e diretora-geral do AME (Ambulatório Médico de Especialidades) Mauá, Adlin Veduato, afirma que o fácil acesso a medicamentos de venda livre em farmácias têm contribuído para o aumento da automedicação, mas é de extrema importância que as pessoas entendam que essa prática pode ser perigosa, especialmente quando se trata de sintomas que podem indicar problemas de saúde mais sérios.

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“Um dos principais problemas da automedicação é que ela pode mascarar sintomas que seriam importantes para o diagnóstico precoce de doenças graves. Por exemplo, uma pessoa que faz uso de analgésicos frequentemente para tratar dores de cabeça crônicas pode estar mascarando um problema neurológico mais sério, como enxaqueca”, diz.

Adlin Veduato e Bianca Milani falam sobre os riscos da automedicação, tema de campanha da AME de Mauá (Foto: RDtv)

Para evitar os riscos da automedicação, a farmacêutica e supervisora de Farmácia do AME Mauá, Bianca Milani, recomenda que as pessoas sempre busquem orientação médica ao enfrentar problemas de saúde, mesmo que aparentemente simples. O diagnóstico precoce é fundamental para o tratamento eficaz de muitas doenças, e a automedicação pode representar um obstáculo nesse processo. “É importante que as pessoas entendam que a automedicação não é uma prática segura e pode ter consequências graves para a saúde. Ao sentir qualquer sintoma incomum, seja uma dor de estômago ou uma dor de cabeça, o ideal é procurar um médico para um diagnostico correto com a medicação certa”, destaca.

Além de mascarar sintomas, a automedicação pode levar a uma série de outros problemas de saúde. O uso inadequado de medicamentos, como doses incorretas ou combinações perigosas, pode resultar em efeitos colaterais adversos e até mesmo em intoxicação medicamentosa. “As pessoas podem ter alergias, intoxicação e, no caso de pessoas que já tomam medicamentos diários, pode ocorrer a chamada interação medicamentosa, onde um remédio acaba atrapalhando o efeito de outra medicação, o que é muito perigoso”, acrescenta Adlin.

Bianca reforça ainda que os medicamentos sem prescrição médica são os mais utilizados na automedicação, mas o fato de não ser necessária a receita, não significa que o remédio não apresenta riscos para a saúde. “Nenhum medicamento deve ser usado sem a orientação de um especialista, todos apresentam algum risco e, a avaliação do um médico é a única coisa solução para saber qual o medicamento certo e a dose certa para tratar um sintoma”, finaliza.

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