ABC - segunda-feira , 20 de maio de 2024

Quadro de Caravaggio confundido e quase vendido por valor irrisório será exposto

O Museu do Prado, de Madri, na Espanha, exibirá Ecce Homo, a obra perdida de Caravaggio, até 2021 atribuída a outro pintor. A tela em questão foi posta à venda em uma casa de leilões de Madri em 2021, por 1.500 euros (cerca de R$ 8 mil, na cotação atual), alertando especialistas da Espanha e Itália. As suspeitas de que aquela, na verdade, poderia ser uma obra do mestre italiano levaram o Ministério da Cultura espanhol a proibir a venda na última hora. O governo de Madri também concedeu à pintura o status de patrimônio protegido, barrando sua exportação.

A pintura a óleo de Cristo com a coroa de espinhos, criada por volta de 1605 e 1609, integra uma lista de apenas 60 obras atribuídas ao italiano. Anteriormente, acreditava-se que a figura pertencia a algum artista desconhecido que fora aluno de José de Ribera, espanhol conhecido por suas telas religiosas na primeira metade do século 17.

Newsletter RD

Após uma análise minuciosa conduzida por vários especialistas, o Museu do Prado emitiu um relatório com “provas documentais e estilísticas suficientes” para concluir que Ecce Homo pertence a Caravaggio. O feito “representou uma das maiores descobertas da história da arte, alcançando um consenso sem precedentes quanto à sua autenticação”, afirma a instituição.

Conforme anunciado na segunda-feira, 6, o atual proprietário da obra concedeu um empréstimo temporário ao museu espanhol. A pintura foi restaurada e estará exposta por nove meses, de 28 de maio a outubro. A identidade do proprietário não foi revelada. Sabe-se que ele comprou a obra da coleção particular de uma família, que a tinha em mãos desde o século 19. Antes disso, a tela pertenceu ao rei Filipe IV da Espanha.

O Museu do Prado é dono de outra produção de Caravaggio, Davi com a Cabeça de Golias.

Receba notícias do ABC diariamente em seu telefone.
Envie a mensagem “receber” via WhatsApp para o número 11 99927-5496.

Compartilhar nas redes