Durante a pandemia da covid-19, o mundo acompanhou de perto as mudanças no mercado com o aumento significativo de vendas online. Este e outros hábitos de consumo passaram por diversas implementações, a exemplo dos serviços e produtos que antes não eram adquiridos via internet, e que começaram a ser consumidos freneticamente por todo o público, como aplicativos de entrega, de viagens e plataformas de compras digitais.
Ao RDtv, Alexandre Damásio, presidente da CDL (Câmara dos Dirigentes Lojistas) de São Caetano explica que a denominada “nova economia” trata-se de um conjunto grande de comportamentos e de novos hábitos de consumo que veio para ficar. “Um exemplo é a Uber – aplicativo de viagens – que não conseguimos ficar sem. Além disso, temos a questão do ganho de tempo em plataformas digitais, a nova economia monetária com implementação do bitcoin, o varejo com as vendas diretas ao consumidor, entre tantas outras questões que foram valorizadas”, explica.
Deste modo, outro conceito que também chamou atenção dentro da nova economia e que tem tido grande aceitação do mercado são os índices de ESG, um conceito que cresce a cada dia mais e está alinhado às práticas socioambientais. “Essa sigla valoriza a permanência de empresas e de reenvio de materiais a novas cadeias produtivas”, esclarece Alexandre. Para se ter ideia, cerca de 90% dos consumidores brasileiros optam por marcas sustentáveis, e não à toa que os famosos brechós estão em alta.
Com o resultado, as empresas agora atraem mais investidores que se preocupam com questões ambientais, sociais e de governança corporativa. “Novas economias e reaproveito comercial, é isso que temos visto cada vez mais na nova economia”, resume Marcelo Castro, diretor do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) ao frisar que tem sido constatado um melhor aproveitamento de roupas, de papel e de grandes culturas, além de conteúdos na internet.
Inovação
Em um estudo elaborado a respeito da inovação dentro da alçada da nova economia, o que se destaca é a percepção que toda inovação carrega um viés econômico significativo, e “ninguém inova se não tiver um estímulo econômico”, frisa Damásio. Com olhar para o ABC, o especialista destaca a importância de olhar para o futuro, para inovação, e deixar para trás o olhar no retrovisor que não tira a população das perspectivas provincianas.
Já na visão de Castro, diretor do ITA, a região sai na frente no quesito de inovação por carregar impulsionamentos no que se refere a tecnologia terrestre e aérea. “Temos tudo para inovar nesse sentido, visto que a região é o berço de grandes indústrias, como a GM, por exemplo. Se soubermos investir, grandes passos serão dados”, frisa.
Alexandre lembra, ainda, do Parque Tecnológico, que pode ajudar ainda mais no desempenho de novos projetos e estímulo da geração para um maior letrado em inovação. “A ideia é que a população não seja só alfabetizada, mas letrada. O que temos que fazer é “deselitizar” a questão e fazer conversas, palestras, inovação mais popularizada”, afirma. Para ele, é necessário que se invista na educação, aperfeiçoamento e maior competitividade para conectar máquinas, pessoas, ideias e o mundo.