
O corte radical de cinco árvores na avenida Sara Zírlis, na Vila Lutécia, em Santo André, gerou reclamação, isso é o que afirma um morador da região que prefere não ser identificado. Segundo ele, quem mora na região do ocorrido não concordou com o corte, por completo, das árvores. “Uma poda já não bastava? Precisa corta a árvore inteira?”, indaga o morador.
Acontece que em razão da altura das árvores, a proprietária de uma floricultura da região solicitou o serviço de poda para a Enel – concessionária de energia elétrica. Ao RD, a dona do comércio, que também prefere o anonimato, comenta que o serviço chegou a ser realizado pela concessionária, mas em razão dos riscos, posteriormente, a Prefeitura de Santo André realizou a retirada das árvores do local.
A professora e bióloga da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Marta Angela Marcondes, explica que para qualquer retirada de árvores, é preciso ter laudo técnico que confirme a remoção em razão dos riscos de queda. “Qualquer corte de árvore feito, é preciso ter uma justificativa, um laudo técnico que prove a ação, como indicar o local exato que apresenta risco de queda, e não simplesmente cortar a árvore”, afirma ao citar que, para além do serviço, é preciso realizar a replantação de árvore no lugar ou em outro para compensar a perda de árvores.
Em nota, a Enel informa que recebeu ofício da Prefeitura de Santo André com solicitação de poda preventiva de galhos próximos à rede elétrica em quatro árvores na av. Sara Zirlis, altura dos números 41 e 83 e que o serviço foi realizado em 20 de janeiro. A concessionária informa realizar podas de forma preventiva e emergencial somente quando os galhos de árvores já estão muito próximos ou “tocando os condutores da companhia”, podendo causar quedas de energia e acidentes com a população.
Já a Prefeitura de Santo André esclarece que as árvores em questão foram vistoriadas e consequentemente foi aprovada a substituição nos moldes do Programa de Substituição Gradativa de Árvores, que faz parte do Plano de Arborização, atendendo ao protocolo 154946, em solicitação realizada via Colab no dia 8 de agosto de 2022.
“Foram suprimidas cinco árvores no total, entre 5 e 9 de fevereiro, todas elas da espécie uva-japonesa, as quais não são compatíveis com o tamanho da calçada, têm tamanho inadequado e estavam sob a rede elétrica. Todas elas serão substituídas em até 60 dias por espécie adequada ao local”, informa a prefeitura.
O Plano de Arborização da Prefeitura de Santo André tem por objetivo diagnosticar a situação das árvores presentes em vias da área urbana da cidade, quantificar o real estado desses indivíduos arbóreos, além de incrementar e qualificar o plantio e a substituição dessas vegetações, melhorando a prestação de serviços ecossistêmicos e minimizando problemas.