Metalúrgicos cravam reindustrialização como chave para recuperação da indústria

Cada vez mais, a pauta da reindustrialização está presente nos debates de propostas para desenvolvimento econômico do País. No ABC, o cenário não é diferente. As associações comerciais, Agência de Desenvolvimento Econômico e sindicatos se unem em defesa da recuperação empresarial, maior produtividade e empregabilidade nas indústrias. Ao RDtv, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges defende que o diálogo é chave para a recuperação da economia e também do prestígio regional.

O sindicalista considera que 2023 foi marcado pela retomada da democracia no País, o que interferiu para um balanço positivo na economia regional, mas ainda há muito o que se discutir e avançar. “Voltou a existir diálogo entre os governos, e a partir disso, conseguimos fazer com que as reivindicações e projetos começassem a sair do papel”, diz Selerges. Apesar da interação intensa e mais facilitada com Brasília, ele afirma que existem projetos em andamento, e outros a serem cobrados para 2024.

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(Foto: RDtv)

Exemplo são os voltados para as áreas de mobilidade, saúde e indústria de alimentos. “Precisamos ter um convencimento político de que a indústria é o caminho que precisamos trilhar para a região voltar a crescer e ser referência. Por aqui, fabricamos ônibus elétricos, consumidos por 52% da América Latina. Como ainda não existe investimentos para que possamos produzir para fora?”, questiona o sindicalista ao frisar que a Mobilidade Urbana será um dos temas de destaque nos debates em 2024.

O regime do setor automotivo também é outra pauta que começou a ser discutida e deve avançar para o próximo ano. “Somos a favor do desenvolvimento do País como um todo, mas não podemos levar incentivo para outras regiões sem trazer novas perspectivas para o ABC”, comenta Selerges ao analisar a saída e fechamento de grandes montadoras na região, a exemplo da Toyota e da Ford.

Empresas chinesas

Ao longo deste ano, o sindicalista comenta ter consigo estreitar o contato com empresas internacionais, a exemplo das chinesas, que possuem desejo de instalar fábricas na região. “Entenderam que o ABC é a ‘esquina do Brasil’, uma região interessante para se investir”, comenta Moisés ao citar a proximidade das cidades com o Porto de Santos, maior complexo portuário da América Latina, a boa malha rodoviária e a mão-de-obra qualificada.

Acontece que um dos maiores impeditivos para o investimento na região é o próprio governo do Estado, que segundo o sindicalista, tem barrado diversas propostas. “Temos que bater nessa pauta e cobrar do governo do Estado para que o ABC volte a atrair investimentos, e não fique como uma região esquecida”, defende.

Selerges comenta, ainda, que essa será uma das primeiras pautas a serem discutidas com a participação do Consórcio Intermunicipal do ABC e outras entidades, assim que o ano virar. “Vamos continuar com a briga para trazer investimentos pra cá. É a oportunidade para geração de empregos e menos desligamentos na região”, frisa.

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