Senador questiona Dino com anedota de ‘político que foi para o céu e acabou com fogo no rabo’

Ao questionar a ‘campanha’ que o ministro da Justiça Flávio Dino fez no Senado para ser aprovado na sabatina ao cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal, o senador Cleitinho (Republicanos-MG) recorreu à história do ‘político que morreu e foi para o céu’. O parlamentar contou a anedota passo a passo citando declarações de Dino às vésperas da arguição na Comissão de Constituição e Justiça, no sentido de que ‘ele não tem time’, nem ‘ideologia’.

Cleitinho recorreu a tal expediente para dizer que Dino ‘estava em campanha’. “Daqui uns dias você está em mandato. Então queria falar, se você vai praticar mesmo o mandato, sem time, sem ideologia”, desafiou.

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O senador já havia indicado que votaria contra a indicação de Flávio Dino porque, segundo ele, ‘o povo que o elegeu pediu para não votar’ no ministro da Justiça. Apesar dessa consideração, o parlamentar disse que tinha certeza que Dino ‘vai ter o nome aprovado para o STF’. “Se eu estiver mentindo, renuncio ao meu mandato”, prometeu.

Ele pediu a Dino que o atendesse para falar de ‘pessoas do 8 de janeiro que são inocentes’ – referindo-se à turba golpista que no início do ano depredou instalações do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal.

Cleitinho pediu ‘do fundo do coração’ para que Dino o ouvisse. “Quero mostrar que tem pessoas com tornozeleira que não participaram de nada, não quebraram nada, enquanto tem político que põe dinheiro na cueca, pode andar e se eleger”, afirmou.

Outra sugestão do senador foi para que o ministro da Justiça indicado por Lula ao STF ‘não tenha militância’.

“Se você me ajudar, eu voto em você”

O senador defendeu o ‘voto auditável’ e se dirigiu ao presidente da CCJ, Davi Alcolumbre: “Até te falo, presidente, se você colocar isso aqui (em pauta, na CCJ, a questão do voto auditável) – todo mundo sabe que ele quer ser candidato a presidente do Senado. Se tiver pra ser homem de verdade, colocar as pautas que tem que colocar, eu voto em você. Mas vê se coloca meus projetos pra votar aqui. Porque tem um ano que eu estou aqui, quase cem projetos protocolados e não anda nada. Então se você me ajudar aqui na CCJ eu voto em você.”

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“O político que morreu e foi pro céu chegou lá e São Pedro falou: ‘Aqui tem um protocolo, você tem que seguir ele. Você vai pro inferno um dia e depois você vai ficar um dia aqui’. Ele desceu o elevador e foi pro inferno. Chegou lá estavam os amigos dele, tudo as amante (sic), uísque, a bagunça toda. E o capeta falou: ‘volta pro céu que você tem protocolo pra subir'”

“Chegou lá, São Pedro abriu a porta pra ele, estava aquela calmaria, passarinho, rede pra descansar. Chegou a hora dele decidir. São Pedro falou: ‘e aí, o que você vai decidir? Vai ficar aqui ou vai pro inferno'”

“‘Ô São Pedro, com toda humildade, você me desculpe, mas meus amigos estão lá no inferno, lá está todo mundo, tem uísque, aqui não tem nada’, respondeu. ‘Tá, então desce, mas não volta mais não’, respondeu São Pedro”.

“Chegou lá, um inferno danado, um fogo no rabo dele, não tinha nada disso. Ele chegou pro capeta e perguntou: ‘Ô diabo desgraçado, que é isso que você está fazendo comigo aqui? Cadê o povo?’. ‘Ô meu amigo meu eleitor, vossa excelência, eu estava em campanha, agora estou em mandato.”

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