Moradores de S.André criam sistema de alarme de rua e colaboram com polícia

Equipamento luminoso tipo giroflex instalado na rua Jurema pelos próprios moradores. Sistema custou R$ 80 para cada casa e contribui para a segurança do bairro. (Foto: Reprodução)

Sistema simples de ser operado e que é acessado por todos os moradores da rua Jurema, na Vila Humaitá, em Santo André, trouxe mais tranquilidade ao lugar. Por meio de aplicativo de celular, os moradores podem acionar sirenes e sinais luminosos, tipo giroflex, distribuídos pela rua, em caso de suspeita de que alguém mal intencionado em ronda no bairro. A iniciativa, implantada recentemente, ganhou até elogios da Polícia Militar, que já tem proximidade maior com os moradores no programa Vizinhança Solidária.

Tudo começou com a intenção de que os próprios moradores da rua fossem os vigilantes, com seus próprios sistemas de câmeras ou da observação mesmo da rua. Ronaldo Denardo, um dos moradores, conta que primeiramente se tentou usar apitos para dar o alarme em caso de alguém tentar invadir alguma casa ou atacar algum morador. “O apito funciona, o problema é que para isso a pessoa tem de sair na garagem ou no quintal e se expor, então começamos a pensar em alguma coisa que pudesse ser acionada eletronicamente. Aí eu comecei a pesquisar o que tinha no mercado e o que a gente poderia usar”, explica o morador que tem formação em elétrica.

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Os problemas de segurança no bairro não chegaram a ser considerados tão graves se comparados com outras regiões, porém os moradores resolveram se antecipar para evitar que o avanço da criminalidade. “Tivemos furto de dois veículos e alguns casos isolados, mas o principal é que temos a obra de um prédio na rua que há muito tempo está parada, como não tem ninguém para cuidar, tinha gente que invadia para usar drogas, para furtar materiais e outras coisas. Desde que começamos a usar os apitos e agora as sirenes não tivemos mais invasões lá”, diz.

O sistema eletrônico foi implantado nos últimos dois meses e há 15 dias todos os moradores da rua já estão cadastrados e podem acionar em caso de qualquer suspeita. Funciona da seguinte forma: se o morador notar alguma coisa suspeita, acessa o aplicativo e pode acionar somente os sinais luminosos ou ainda conjuntamente as sirenes.

A rua Jurema não é comprida, tem menos de 200 metros e ao longo de sua extensão foram instaladas sinais luminosos a cada 20 metros, e sirenes a cada 40 metros. Os equipamentos ficam fixados nos postes de entrada de energia dos moradores e não afetam em nada as ligações ou prejudicam a passagem de veículos mais altos. Denardo explica que o rateio deixou o sistema relativamente acessível a todos. “Deu cerca de R$ 80 para cada casa”, contabiliza.

Antes de colocar o sistema em prática, Denardo consultou a Polícia Militar. O bairro é um dos atendidos pelo programa Vizinhança Solidária da PM, uma iniciativa que tem também objetivo de reunir a comunidade e a polícia como forma de contribuir para uma melhor segurança. A polícia não se opôs à instalação. “Depois de implantado um homem tentou invadir o prédio abandonado na rua e os vizinhos perceberam dispararam o sistema e também usaram os apitos, ele fugiu. Desde então não tivemos mais nenhum problema”, diz.

Aprovação

O capitão Dene Benjamin, comandante da 6ª Companhia do 10° Batalhão da Polícia Militar, falou sobre o programa Vizinhança Solidária que já funciona no bairro e disse que a iniciativa dos moradores é bem vinda. Diz que o programa é uma ferramenta de polícia comunitária e nele está previsto que os moradores criem formas de se comunicar com grupos de Whatsapp, por exemplo, para retransmitirem informações usadas para o policiamento preventivo. “Em alguns bairros os moradores colocam faixas e placas, criam centrais de monitoramento das câmeras do bairro, isso vai de cada bairro”, explica.

Sobre o sistema implantado na rua Jurema, o comandante diz que esse é mais um instrumento que une a comunidade e também a faz responsável por ações que previnem a criminalidade. “Essa iniciativa serve para angariar mais informações que são importantes para a polícia; ela só ajuda e também serve para fazer com que a população confie mais ainda no trabalho da Polícia Militar, e aja preventivamente, por isso é importante sempre ligar no 190 para informar”, completa Benjamin.

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