Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 11% dos bebês que nascem no Brasil são prematuros, o que coloca o País na décima posição do ranking mundial. Ao RDtv, Gabrielle Sauini, fonoaudióloga especialista em saúde da criança e adolescente, voluntária e coordenadora científico acadêmica da ONG Prematuridade; e Fernando Vaz Ribeiro Dias, advogado e sócio da Gebara & Dias Sociedade de Advogados, comentam sobre principais causas do número elevado de bebês prematuros, bem como a relação do assunto com políticas públicas.
“Quando falamos de prematuridade, significa que existe um grande impacto na saúde pública e até nos cofres públicos. Isso porque o bebê prematuro precisa ser internado, toma medicações, usa materiais e equipamentos de alta complexidade, tornando os gastos com a saúde dele muito elevado”, relata Gabrielle.
Fernando Vaz, que atua no meio jurídico da ONG, passou por uma situação na família que envolveu a filha, que nasceu prematura. “Nunca tive contato com a prematuridade. Minha esposa ficou angustiada com a situação de ter de voltar para o trabalho mesmo com a minha filha tendo que passar por tratamentos”, conta. E foi nesse momento que Vaz encontrou a ONG, que diz ter se identificado e onde decidiu abraçar a causa.
As principais causas da prematuridade envolvem a mãe e o bebê. Gabrielle diz que o sintomas variam entre diabetes, hipertensão, múltiplos em caso de gêmeos, gravidez na adolescência e pré-natal inadequado, mas também reforça que mesmo que a mulher não se enquadre em nenhuma dessas características, ainda corre o risco de ter um bebê prematuro.
Deste modo, Vaz reforça a presença de políticas públicas presentes para que os pais tenham direitos em casos de prematuridade, o que em vezes exige extensão na licença paternidade, por exemplo. O advogado conta que, mesmo com direitos preservados pelo ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os pais ainda assim sofrem dificuldades para obter mais tempo para cuidar dos seus filhos.
“Um bebê normal já necessita de cuidado, com um bebê prematuro o cuidado é redobrado. Vejo que existe falta de apoio, principalmente falando do pouquíssimo tempo de licença paternidade que é de 5 dias, o que é pouco quando se precisa da máxima atenção que às vezes só a mãe não consegue oferecer”, comenta.
Para Gabrielle, é importante que as gestantes se atentem sempre que qualquer coisa esteja fora do normal. Busquem acompanhamento profissional durante o pré-natal e mantenham a vacinação em dia. Ainda reforça que as campanhas de conscientização são uma luta constante da ONG para que o Brasil deixe de ocupar as primeiras posição do ranking de prematuridade mundial.
Para mais informações sobre as campanhas e atividades realizadas pela ONG, o site é o https://prematuridade.com.