A covid-19 continua a circular. Pesquisa feita pelo Sindicato dos Hospitais (Sindicato dos Hospitais (SindHosp)) aponta que 84% dos hospitais privados do Estado de São Paulo registraram aumento dos casos de suspeita de pacientes com covid-19 no pronto atendimento entre 10 a 19 de outubro. Em outubro, no ABC, os casos de covid tiveram crescimento de 11,37% em comparação a setembro. Até 25/10, foram 754 novos casos no mês de outubro contra 677 em setembro.
Entre as cidades que divulgaram o número de casos por mês, São Caetano foi a que registrou o maior crescimento em outubro, 181 enquanto em setembro foram 74, um salto de 144,59%. Em seguida aparece Diadema com 52,9% de crescimento nos números, de 172 em setembro para 263 em outubro.
Santo André e Mauá tiveram queda no número de novos casos de coronavirus em outubro. Santo André teve 191 no décimo mês contra 228 no nono, diminuição de 16,2%. Enquanto Mauá registrou queda de 41,37% já que em setembro havia contabilizado 203 casos e, neste mês foram 119.
São Bernardo não divulgou os números mensais de novos casos. Questionadas, as Prefeituras de Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra não se manifestaram até o fechamento desta reportagem.
Causa do aumento de casos
Para o RD o infectologista e professor da disciplina de Infectologia no Centro Universitário FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Munir Ayub, explica que novas variantes da cepa Ômicron são as responsáveis pelo crescimento no número de novos casos. “Era esperado que o vírus se modificasse e a proteção adquirida pelas vacinas diminua um pouco, da mesma maneira que ocorre com a gripe. Felizmente, esses novos casos são mais leves, com exceção daqueles que possuem comorbidades, doenças imunossupressoras ou em idosos”, afirma.
Ayub destaca que é de extrema importância o esquema vacinal estar em dia. “Sabemos que grande parte da população tomou até a terceira dose, ignorou a quarta e a quinta dose; problema é que, depois de seis meses a um ano, os anticorpos criados pela vacina diminuem e as pessoas começam a contrair a doença novamente. A diminuição na adesão da vacinação, as novas variantes e o total descrédito nas medidas de proteção, como o uso de máscaras, irão somar na possibilidade de crescimento dos casos da doença”, orienta.
Queda na adesão da vacina
O infectologista cita a queda na adesão da vacina contra covid como uma das causas do aumento de casos. Em Santo André, São Caetano, Diadema e em Ribeirão Pires 32,21% dos vacinados com a primeira dose não completaram o esquema vacinal com a dose bivalente de reforço, isto porque das 1.351.087 pessoas que receberam a primeira dose apenas 435.306 retornaram para receber a dose bivalente. A vacina contra a covid-19 segue disponível em todas as unidades básicas de saúde (UBSs) da região.