Pessoas com deficiência pedem melhora da acessibilidade no ABC

Nesta quinta-feira é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência (Foto: Banco de Dados)

Nesta quinta-feira (21/09), é celebrado o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, que tem como objetivo conscientizar sobre a importância do desenvolvimento de meios de inclusão das pessoas com deficiência. A data traz a necessidade de debater o preconceito e, principalmente, a inacessibilidade pública, que são alguns dos fatores que dificultam a vida dos deficientes no ABC. Segundo portadores de deficiência, a região pouco avançou no que se trata de acessibilidade.

Para o auxiliar administrativo de Santo André, Mauro Ikehara, portador do Transtorno do Espectro Autista (TEA), o município ainda não é acessível para aqueles com TEA, mas é possível notar que, aos poucos, melhora nas políticas inclusivas. “Acho que o primeiro passo tomado por Santo André para a acessibilidade de pessoas com TEA foi a criação da Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista municipal e, um segundo passo será a inauguração do Centro de Referência de Pessoas com Deficiência, mas ainda falta muito para um cenário ideal”, diz.

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Em relação ao que pode melhorar, Ikehara destaca que assentos exclusivo para pessoas com TEA poderiam ser instalados no transporte público. “Acredito que as empresas poderiam realizar algum tipo de treinamento para que os funcionários saibam prestar atendimento especializado para aqueles com TEA. Também acho que as pessoas deveriam entender que o autismo é uma deficiência, para evitar episódios de preconceito como já sofri”, expõe.

O cadeirante, Luciano Camargo Silva, também de Santo André, frisa que a acessibilidade vai além de banheiros acessíveis e a criação de rampas. “Existe vaga de estacionamento exclusiva para cadeirantes, que deve ser usada por quem tem o cartão DEFIS, mas perdi as contas de quantas vezes vi essas vagas sendo usadas por pessoas sem uso de cadeira de rodas. Acredito que o poder público tem muito o que fazer como a melhora das calçadas e acessibilidade em eventos”, conta.

Silva afirma ainda que até o preço de cadeiras e os acessórios são inacessíveis para grande parte dos cadeirantes. “São preços absurdos, estou aguardando mais de três meses por uma cadeira adaptada, que custa mais de R$ 30 mil. Com esse valor, é muito difícil que qualquer cadeirante consiga ter uma cadeira a sua disposição”, ressalta.

Já Kaue Pedro Costa, cadeirante de São Bernardo, pede que o poder público consulte a população com deficiência para entender as dificuldades. “É necessário mais organizações como o Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Bernardo, onde existem as comissões de denúncia e acessibilidade, em que as denúncias das PCDs são ouvidas e repassadas para a administração”, explica.

Costa acrescenta que além de rampas, é necessário pensar em atividades esportivas para cadeirantes e outras pessoas com deficiência, além de outras melhorias. “Tive minha vida transformada pelo esporte, mesmo sendo paraplégico desde os nove anos. Participei da primeira equipe de natação da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente), cheguei a participar de competições estaduais e, sei como o esporte faz a diferença quando se tem uma deficiência”, finaliza.

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