
Com menos de 18 meses para o final do quarto mandato de José Auricchio Júnior (PSDB) no comando do Palácio da Cerâmica, os bastidores políticos de São Caetano vivem um momento antagônico. Ao mesmo tempo que possíveis nomes se movimentam para deixar seus nomes em evidência, existe uma tentativa de se evitar a “antecipação eleitoral”. O principal fator é a dúvida existente sobre quem terá o apoio do atual prefeito na eleição municipal.
A princípio o nome de Tite Campanella (Cidadania) era visto como “óbvio” nos bastidores políticos. Auricchio participou das articulações para que o seu amigo de infância fosse eleito presidente da Câmara, e por consequência, fosse o prefeito interino por quase todo o ano de 2021.
Com a manutenção de boa parte do secretariado de Auricchio e o combate à covid-19, Tite ganhou alguns pontos e saiu como “favorito” para ser o representante do grupo. Porém, o reitor da USCS (Universidade de São Caetano do Sul), Leandro Prearo, virou a “bola da vez” no processo.
Em abril, Prearo assumiu o comando do PSD, partido que nacionalmente é comandado por Gilberto Kassab, político muito próximo de Auricchio. Nos últimos meses, o reitor aumentou sua frequência nas redes sociais com temas ligados à universidade, inclusive reuniões que envolveram os políticos da cidade para debater os mais diversos temas.
Outros dois nomes seguem colocados na lista governista. O primeiro é da secretária de Saúde, Regina Maura Zetone (PSDB). Candidata em 2012, ano em que Paulo Pinheiro (então no MDB) venceu, a médica é uma das principais pessoas de confiança do atual prefeito. Outro nome considerado leal é do presidente da Câmara, Pio Mielo (PSDB).
No caso da oposição, a primeira movimentação aguardada é de Fabio Palacio (União Brasil). O ex-vereador e candidato a prefeito, que conseguiu 32,13% dos votos válidos em 2020, é visto como o principal adversário do representante governista. Também é aguardada a presença do partido Novo, que teve Mario Bohm conquistando 9,1% dos votos válidos há três anos.
Na esquerda é aguardado um posicionamento sobre uma possível união de forças ou não, algo que é debatido para a disputa na Capital. Na eleição passada, PSOL (com Horácio Neto), PT (com João Moraes) e Rede Sustentabilidade (com Eduardo Casonato) saíram em separado. Para o próximo ano Rede e PSOL estarão juntos por causa da Federação.
Aliás, as federações também serão um componente importante no debate. A princípio PSDB/Cidadania buscam um caminho de união e evitar os problemas que ocorreram na eleição suplementar de Ribeirão Pires, no ano passado. Nomes como o prefeito de Santo André e presidente estadual da federação, Paulo Serra (PSDB), e o deputado federal Alex Manente (Cidadania) são considerados como “cruciais” para a definição de um caminho.