ABC - quinta-feira , 2 de maio de 2024

Dia do Comerciante marca necessidade de transformações para sobrevivência do setor

Comércio da rua Marechal Deodoro, um dos centros comerciais mais tradicionais e movimentados da região, prova que ainda há espaço para o comércio de rua. (Foto: Gabriel Inamine/PMSBC)

O e-commerce está presente em quase tudo que se compra ou vende, mas uma boa parcela do comércio ainda resiste às vendas online e à imagem institucional nas redes sociais. Neste domingo, (16/7) é o Dia do Comerciante, e o RD ouviu representantes das associações comerciais, que consideram que há muito a fazer para estimular e preparar o comércio para a transformação digital que pode significar a sobrevivência de muitas lojas. No ABC, segundo pesquisa do IPC Maps, das 336.302 empresas registradas, 68.409 são comércios varejistas ou atacadistas, que representam 20,9% do total.

Para o presidente da Acisa (Associação Comercial e Industrial de Santo André), Pedro Cia, se o comerciante quiser crescer, ele tem que estar preparado para essa transformação digital e não dá mais para ficar encostado ao balcão esperando o cliente entrar. “Tem que fazer alguma coisa diferente, os mais velhos ainda recorrem às lojas físicas, mas os mais jovens, na faixa dos 30 anos, compram tudo pela internet e rede social então o comerciante precisa estar neste mundo moderno”, analisa.

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A Acisa elabora campanha de agradecimento aos comerciantes pela contribuição para a economia e empregos que proporcionam. “Essa homenagem é nesta linha de destacar a resiliência do comerciante, no quanto ele é um empreendedor abnegado e que enfrenta tantas dificuldades com pouco apoio do governo”, explica Cia. O presidente da Acisa disse que, apesar da venda online ser algo que não tem mais volta, sempre haverá espaço para lojas físicas. “Algumas lojas muito tradicionais sempre terão seu público fiel”. Estudo da Acisa, mostra que o comércio em geral é responsável por 15% da economia andreense. “É um setor importantíssimo que gera renda e muitos empregos”, completa Cia.

Multicanal

A Acisbec (Associação Comercial e Industrial de São Bernardo) optou por marcar a data com um levantamento do setor. Amparado na pesquisa do IPC Maps, o presidente da associação, Valter Moura Júnior, avaliou o crescimento do setor na cidade. Para Moura, também é impossível se pensar num futuro para o comércio sem a venda pela internet e redes sociais. “Até o site já é coisa que está ficando ultrapassada, as vendas acontecem mesmo nas redes sociais. O comerciante mais antigo é resistente a essas mudanças, nós temos cursos, damos orientação que o negócio tem que ser multicanal, na rede social, na internet, no delivery. Essas são formas de aproximação com o cliente e não é um luxo, é uma necessidade hoje em dia”, analisa.

Coronel Oliveira Lima, a rua de comércio mais importante de Santo André. (Foto: Banco de Dados)

Segundo o dirigente, o percentual de comerciantes que usa a internet de forma plena para alavancar seus negócios, mal chega aos 70%. “De cada 10, apenas 7 usam bem a rede para vendas, eu avalio que isso é um percentual ainda muito pequeno, deveria ser pelo menos 9. Se a gente tirar desta conta o atacado, o número é menor ainda. Eu diria que só metade do varejo está na internet. Por isso, Acisbec tem esse olhar de formação digital. Acho que essa é uma mensagem importante para essa data, além de destacar a importância de todos que trabalham no comércio e o comerciante que é responsável pela renda de muitas famílias, que gira a economia, que contribui com os impostos. Eu diria que o comerciante tem um papel fundamental para a nação”, diz .

Só em São Bernardo, segundo o IPC Maps, são 21.110 estabelecimentos registrados na cidade contra 20.834, em 2022. Os números representam 276 novos comércios, um crescimento de 1,3%.

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