Quase um ano após ter o processo cassado a partir de dois pedidos de impeachment aprovados pela Câmara do Rio Grande da Serra, o ex-prefeito Claudio Manoel Melo, o Claudinho da Geladeira (PSDB), ainda busca reverter a situação na Justiça. Em entrevista ao RDtv nesta segunda-feira (19/06), o tucano afirmou por diversas vezes que foi vítima de um “golpe” e considera que vereadores já perceberam a situação.
“O que aconteceu comigo foi um golpe. Nós fomos afastados pela primeira vez por 24 horas, logo em seguida eu voltei. Eu não imaginava que uma vacina e as respostas de alguns requerimentos que não foram protocolados (causariam a cassação), eu imaginava que voltava logo. Todo esse processo foi se encaminhando e eu fiquei esperando, vendo e analisando quando seria o nosso retorno”, explicou.
Claudinho aguarda o resultado dos méritos dos dois processos que seguem em primeira instância e que visam anular os dois pedidos de cassação aprovados no dia 1º de julho do ano passado. O tucano foi cassado por não ter respondido a tempo 17 requerimentos com pedidos de informações dos vereadores. E depois por uma funcionária da Secretaria de Obras que supostamente teria furado a fila de vacinação contra a Covid-19, ainda no início da campanha, quando apenas idosos acima dos 90 anos e profissionais da Saúde eram imunizados.
O ex-prefeito considera que foi vítima de um “trama” e não considera que cometeu erros na articulação política na cidade. Dos 13 vereadores, nove votam pela cassação: Agnaldo de Almeida (PL); Bibinho (Cidadânia); Charles Fumagalli (PTB); Claudinho Monteiro (AGIR); Israel Mendonça (PDT); Marcelo Cabeleireiro (PSD); Marcos Costa (União Brasil); e Benedito Araújo (PSB – morto em outubro de 2022).
“Eu tenho certeza que esses nove vereadores, hoje oito, devem ter pensado um pouco e falado ‘poxa vida, Rio Grande parou’, e isso me dói, pois eu moro aqui há 44 anos, nunca saí de Rio Grande para nada, minha vida inteira foi construída aqui”, disse o ex-prefeito.
Claudinho da Geladeira afirmou que não se arrepende de ter se aliado com o grupo de Carlos Augusto César, o Cafu, e que conseguiu emplacar o nome de Penha Fumagalli (PSD) como vice e de Charles Fumagalli como presidente da Câmara no primeiro biênio. E considere que em caso de retorno conseguirá governar, principalmente levando em conta projetos originados da articulação com o ex-governador Rodrigo Garcia (PSDB), principalmente a nova rodoviária.
Aliás, a intervenção na mobilidade urbana foi citada por diversas vezes pelo tucano durante a entrevista, insistindo que sua cassação causava a paralisação da obra que deveria ser entregue ainda no ano passado.